Por fim, Jenny Erpenbeck em Portugal

Perturbante reflexão sobre o nosso tempo a partir da relação de um professor de literatura clássica com um grupo de refugiados africanos em Berlim. É estreia, a saudar, de Jenny Erpenbeck em Portugal.

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Eu Vou, Tu Vais, Ele Vai chegou até nós silenciosamente e merece muito mais do que passar ao largo Roberto Ricciuti/Getty Images

Por fim, a alemã Jenny Erpenbeck está publicada em Portugal e, lamentavelmente, apareceu sem causar estrondo. Eu Vou, Tu Vais, Ele Vai, romance que esteve entre os finalistas do Booker International em 2018, chegou até nós silenciosamente e merece muito mais do que passar ao largo. É um poderoso exercício literário e humanista de compreensão e tentativa de aprofundamento de um dos temas mais trágicos do nosso tempo: o drama dos refugiados africanos na Europa. Isso, sem que a escritora queira ser didáctica — embora o seja — ou moralmente comprometida — inevitavelmente. O ponto de Erpenbeck é o de questionar a identidade, averiguar o sentido de deslocamento e de estranheza, inquirir sobre até que ponto podemos compreender o que é ser o outro quando o outro parece inacessível. Por razões políticas, culturais, histórias, sociais, económicas, emocionais.

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