Zero apela à diminuição da produção de resíduos
Presidente da associação Zero afirma que devemos fazer uma transição de materiais “nas áreas em que é possível e desejável”.
“As evidências à escala mundial são suficientemente fortes para se perceber o impacto do plástico na biodiversidade, nos ecossistemas e os próprios riscos para a saúde humana através da cadeia alimentar”, garante por sua vez Francisco Ferreira, presidente da associação Zero.
Apesar de aceitar que os plásticos “permitem um conjunto de aplicações diversificadas”, o ambientalista sublinha ao PÚBLICO que devemos agarrar as alternativas que a indústria proporciona e fazer uma transição de materiais “nas áreas em que é possível e desejável”.
No dia-a-dia, o objectivo é pensar de forma mais profunda. “A ideia não é que eu passe de uma garrafa de plástico para uma de vidro, mas sim que eu passe a usar um cantil ou um saco reutilizável”, explica o ambientalista, dando o exemplo do saco de pano que, além de ser mais resistente, “é reutilizado inúmeras vezes e não é proveniente do petróleo”. Porém, Francisco Ferreira acredita que é preciso “bom senso para dar tempo para que esta transição ocorra” e para que a indústria e as pessoas se adaptem.
Embora destaque a incapacidade de decomposição do plástico e o seu impacto nos oceanos, o presidente da Zero concorda que é necessário abordar a questão de “forma mais integrada e abrangente” e que o problema está nos plásticos descartáveis que têm uma “pegada carbónica substancial em comparação com outros materiais”.
“Não há soluções inócuas. Mas, por comparação, devemos fazer a aposta certa na redução da produção de resíduos e utilizarmos materiais tão sustentáveis quanto possível”, conclui.