A chegada fulgurante do senhor Wells
É um best-seller sobre a perda e o luto com muito de autobiográfico. Um livro duro por um escritor de 35 anos com uma história de vida invulgar: O Fim da Solidão, romance de Benedict Wells, que o projecta como um dos fenómenos da actual literatura europeia.
Benedict Wells compara-se a um sem-abrigo que continua à procura da cidade onde quer morar. Está em Munique, onde nasceu em 1984, e já viveu em muitos lugares. Berlim, Barcelona, Montpellier... “Provavelmente continuaria a viver em Barcelona, mas é tão longe”, diz. A observação acerca da distância leva a uma pausa antes do início da conversa sobre a sua escrita. É que em 2019 Benedict vive num tempo muito próprio em que não há meios de transporte mais rápidos do que o barco, para atravessar oceanos, ou o comboio, para o levar de uma ponta à outra da Europa ou da Ásia. A medida da distância em Benedict Wells não contempla aviões, é lenta, e remete para um discurso acerca da geografia muito diferente daquele que têm as pessoas da sua geração. É uma medida de distância com efeitos indeléveis no modo como encara o tempo e planeia a sua vida.
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