A segunda vida de Mayra, o nascimento de Anabela

No encerramento do 11.º Kriol Jazz, a Cidade de Praia assistiu a um concerto soberbo de Mayra Andrade, agora que iniciou nova vida, e à revelação de Anabela Aya, uma voz jazz vinda do gospel.

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Mayra Andrade Cristiano Barbosa/Kriol Jazz

Já na altura em que Mayra Andrade lançou Lovely Difficult (2013), o seu álbum de um pendor pop universal (cantado em crioulo, português, francês e inglês), a cantora cabo-verdiana revelava alguma ansiedade e algum receio pela forma como o seu país receberia o maior afastamento da música tradicional. Não que Mayra, nascida em Cuba e tendo vivido no Senegal, em Angola e na Alemanha antes de se instalar em Cabo Verde (de onde saiu aos 17 anos para construir a sua carreira a partir de Paris), alguma vez tivesse sido voz de uma tradição pura. Depois do fulcral encontro com Orlando Pantera, um enorme escritor de canções e renovador da música nacional, falecido na véspera de começar a gravar o seu álbum de estreia, começou a fazer o seu caminho com o excelente Navega (2006) e por aí continuou em Stória, Stória... (2009). Lovely Difficult, no entanto, era outra coisa. E abrindo-se ao mundo, havia o perigo de perder o chão.

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