Aliança não quer misturar eleição para o Parlamento Europeu com legislativas
Santana Lopes diz que o cartão amarelo ou vermelho será mostrado ao Governo em Outubro, não agora. E defende que Portugal tem que pedir ajuda a Bruxelas para crescer, não beijando a mão à UE, mas batendo mais o pé pelos interesses nacionais.
O presidente da Aliança, Pedro Santana Lopes, afirmou hoje que o partido não quer confundir as eleições europeias com as legislativas de Outubro, considerando que o objectivo em Maio “não é mostrar cartão amarelo ou encarnado ao Governo - isso fica para Outubro”.
“Apresentámos a lista a estas eleições para o Parlamento Europeu, que não queremos confundir com as eleições legislativas”, disse Santana Lopes em declarações aos jornalistas à porta do Tribunal Constitucional, em Lisboa. “Estamos insatisfeitos com a situação do país, mas estas eleições são para a Europa e por causa da Europa”, vincou, acrescentando que “misturar eleições é prejudicial”.
O antigo primeiro-ministro salientou também que “a Europa é muito importante para Portugal” e justificou que, nestas alturas, é por desviar “a atenção para outros temas, que os portugueses não conseguem ter direito àquilo que os outros têm”.
Pedro Santana Lopes mostrou-se então convicto de que “os portugueses, estando bem informados, sabendo aquilo que está em causa, escolherão para terem uma voz que diga em Bruxelas: ‘Os senhores têm que nos ajudar a crescer'”.
Apontando que em Portugal tem-se vindo a “cortar pelo lado da despesa para atingir o equilíbrio orçamental”, o presidente da Aliança defendeu ser preciso pedir ajuda a Bruxelas para ajudar o país “do lado da receita, do lado do crescimento económico”, e a “chegar a esse nível de vida médio na União Europeia, também sendo capaz de criar mais riqueza”.
“O que temos é de fazer a economia crescer com o apoio de Bruxelas e, portanto, em vez de beijarmos tanto a mão em Bruxelas, temos de bater mais o pé”, salientou, apontando que os candidatos da Aliança, se forem eleitos, “ vão dizer a Bruxelas e a Estrasburgo que a União Europeia tem a obrigação de apoiar Portugal e os portugueses a conseguirem um nível médio de rendimento dos concidadãos europeus”.
O antigo governante aproveitou ainda para reforçar que “a Aliança é um partido europeu, é um partido da liberdade, não um partido que tenha a ver com ideias extremistas ou populistas que hoje em dia por aí germinam”, assumindo-se, por isso, como uma força política que tem o objectivo de “robustecer e defender o projecto europeu”.
“Somos europeístas, acreditamos no projecto europeu. Estamos insatisfeitos, naturalmente, com a situação actual da Europa. Entendemos que é preciso uma nova atitude em Bruxelas, mas, por isso mesmo, escolhemos os melhores candidatos, que não estão há 10, 20 ou 30 anos no Parlamento Europeu”, considerou. Por isso, defendeu Santana, os candidatos que a Aliança apresenta “contribuem para a renovação do sistema político, e têm competência, credibilidade e qualidade”.
Também presente na ocasião, o primeiro candidato da lista do partido às europeias considerou que “uma vitória seria, obviamente, eleger dois ou três deputados”. “Nós temos dito que três deputados seria um número aceitável”, vincou Paulo Sande, assinalando que as sondagens dão a Aliança “como sexto partido em Portugal" e mostram que “em Lisboa e Porto” a sua “posição é ainda mais reforçada”.
“A nossa expectativa é a de que, de facto, consigamos eleger uma boa equipa para ir para Estrasburgo para discutir a Europa para os portugueses e para que os portugueses possam retirar da Europa aquilo que ela tem para lhes dar”, apontou Sande.