Três partidos quase empatados nas eleições finlandesas
A diferença é de apenas um deputado entre os três partidos mais votados: sociais-democratas, extrema-direita e centro direita.
A noite eleitoral na Finlândia terminou com um resultado inédito: os três primeiros partidos ficaram com apenas um deputado de diferença: à frente o Partido Social-Democrata, com 40, seguido pelo Partido dos Finlandeses, de extrema-direita, com 39, e da Coligação Nacional (liberal), com 38.
Bastante perto ficou o partido do primeiro-ministro Jula Sipilä, com 31 deputados (a maior queda da noite), os Verdes, com 20, e A Esquerda, com 16, duas grandes subidas.
Não vai ser fácil conseguir formar uma coligação. Sipilä governava com a extrema-direita (e depois com um partido que resultou de uma cisão interna do Partido dos Finlandeses) e com a Coligação Nacional, ministro das Finanças, Petteri Orpo.
O líder dos sociais-democratas, que era o favorito, já mostrava desconforto ao início da noite. “É uma situação muito interessante”, reagiu o líder do partido, Antti Rinne, em declarações (em inglês) à agência noticiosa finlandesa. Questionado sobre as hipóteses de coligação, disse que esse ainda não deveria ser o assunto da noite. A ‘número dois’ do partido, Sanna Marin, disse ser difícil imaginar o seu partido numa coligação com o Partido dos Finlandeses, de extrema-direita.
O ministro Petteri Orpo, da Coligação Nacional, disse: “esta noite tudo é possível”. Acrescentou depois que “formar uma coligação vai ser desafiante”. Mas depois admitiu juntar-se aos sociais-democratas.
Esta foi a primeira vez que nenhum partido sobe a marca dos 20% de votos.
Em declarações à agência de notícias Yle, Sipilä reconheceu a grande derrota do partido (era o maior partido com 49 deputados), mas ainda não referiu se pretende passar à oposição. O partido de dissidentes do Partido dos Finlandeses, chamado Reforma Azul, que participava na coligação após a visão, teve uma baixíssima votação e passa de 17 deputados para zero.
A líder da Esquerda, Li Andersson, congratulou-se com a subida do seu partido e caracterizou os resultados parciais como um veredicto às políticas de austeridade do Governo de Sipilä: “os finlandeses querem uma mudança da política que tem sido dominante”.