Rhianna Jones assinava sempre os e-mails e as mensagens com: *insert afro emoji here* — o seu cabelo crespo não figurava na selecção de emojis oferecida. Decidiu, então, dizer ao Unicode Consortium que estava na altura de criar um afromoji e submeteu uma proposta oficial à organização que define o padrão global dos emojis. Reforçou a sugestão com uma petição que mostrasse “a urgência e valor” do pedido: “Devemos ter a possibilidade de celebrar as nossas raízes digitalmente”, disse a escritora ao NowThis.
Seis tons de pele, diferentes cores de cabelo e nome inspirado em Solange Knowles, autora da música Don't Touch My Hair (uma espécie de hino ao cabelo das mulheres negras, o Frolange foi desenhado por Kerrilyn Gibson e poderá figurar na lista do Unicode em 2020, caso a proposta de Rhianna seja aceite. “Queríamos assegurar-nos que o nosso design era completamente e visivelmente afro. E não é só pelo cabelo, é também pela celebração da nossa cultura e da riqueza da história das nossas raízes”, referiu a criadora da petição, que já conta com cerca de 62 mil assinaturas, mas quer chegar às 75 mil.
“A sociedade e os média acreditaram durante muito tempo numa construção do que é ser uma mulher bonita. E não só as mulheres, veja-se o exemplo do wrestler [Andrew Johnson] que teve que cortar as tranças em frente a milhões de pessoas”, aponta Rihanna, que sublinha o facto de ter sido necessário tornar a discriminação do cabelo de negros como uma violação dos direitos humanos, nos Estados Unidos da América. “Quando tens tanta gente no mundo que comunica digitalmente, especialmente crianças que estão a crescer em frente de ecrãs, é importante que eles se consigam celebrar em todas as plataformas”, remata. E um emoji pode ajudar.