Câmara de Lisboa discute ampliação da Fundação Champalimaud
Novo edifício para estudo e tratamento oncológico relacionado com o cancro do pâncreas será construído na área onde actualmente se localiza o parque de estacionamento. Terá três pisos acima da cota de soleira e dois pisos de estacionamento subterrâneo.
A Câmara Municipal de Lisboa discute na reunião do executivo de quinta-feira uma proposta subscrita pelo vereador do Urbanismo para que seja considerada de “interesse excepcional” a ampliação da Fundação Champalimaud.
A ampliação destina-se à construção de um “centro hospitalar e de investigação para o estudo e tratamento oncológico relacionado com o cancro do pâncreas”, com três pisos de altura, mantendo-se a pedra lioz como o material dominante, à semelhança do edifício já existente.
De acordo com a proposta que o vereador dor Urbanismo, Manuel Salgado (PS), leva à reunião do executivo, o edifício será “fisicamente e funcionalmente ligado ao edifício existente”, representando uma ampliação de 12.941,60 metros quadrados de superfície de pavimento, aos já existentes 34.721,00 metros quadrados, totalizando, assim, 47.662,60 metros quadrados.
Manuel Salgado propõe que o município delibere “sobre o interesse excepcional desta intervenção” e que “promova o debate público” sobre o projecto, no seguimento do pedido de informação prévia apresentado pela fundação em Janeiro, para a viabilidade de obras de Ampliação do Centro de Investigação da Fundação Champalimaud.
Esta ampliação realiza-se numa parcela de domínio público do estado afecta à Administração do Porto de Lisboa, e que, de acordo com o Plano Director Municipal (PDM) de Lisboa, tem a classificação de “Espaço Consolidado de Uso Especial de Equipamento”.
A câmara consultou a Administração do Porto de Lisboa (APL), a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDRLVT) e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que deram parecer favorável.
O departamento e Gestão e Mobilidade da autarquia deu parecer favorável condicionado, considerando necessário “detalhar melhor as questões relacionadas com a funcionalidade da rua de acesso à Docapesca/APL”, bem como a “melhoria do espaço de circulação pedonal da Av. Brasília e sinalização”.
O novo edifício “será implantado na área impermeabilizada onde actualmente se localiza o parque de estacionamento automóvel exterior, e será constituído por três pisos acima da cota de soleira e dois pisos de estacionamento e áreas técnicas abaixo da cota de soleira através dos quais será realizada a ligação ao edifício existente”.
“Face à intenção de leitura da presente ampliação como uma continuidade do edifício existente, e para que seja entendido como um todo, para além da elevação da cota de soleira para a mesma cota do edifício existente, é proposta a utilização dos mesmos materiais de revestimento exterior, em pedra lioz”, lê-se na proposta.
O Centro de Investigação para o Desconhecido da Fundação Champalimaud, inaugurado em 2010, foi concebido pelo arquitecto goês Charles Correa, falecido em 2015.