E que tal romper com a rotina? Os Fura-Vidas chamam-te
De 16 a 18 de Abril, vários locais do Porto recebem workshops e palestras que querem mostrar alternativas às agendas mais apertadas. Evento Fura-Vidas é de acesso gratuito.
Das nove às cinco, de segunda a sexta, a dez centímetros de uma secretária ou sempre entre as mesmas quatro paredes, a rotina pode mesmo ser inimiga da felicidade. Os Fura-Vidas querem ajudar a combatê-la, mostrando como transformar horários e mentalidades. Entre 16 e 18 de Abril, em três espaços do Porto há palestras e workshops para “qualquer pessoa que queira mudar de vida”. A entrada é livre, mas apenas mediante inscrição.
“Existem muitas pessoas que estão insatisfeitas com o trabalho ou em fazer sempre o mesmo horário”, explica Luís Barbosa, um dos responsáveis pelo evento, que quer inspirar a mudança: “Há pessoas que trabalharam a vida toda numa área, mudaram de área e agora estão felizes. É isso que queremos fazer.” No entanto, as portas estão também abertas a quem acabou de sair da faculdade — “e ainda não sabe muito bem o caminho a seguir” — e a freelancers, que podem aqui encontrar “algumas ferramentas”.
Para isso vão realizar-se diversos workshops e palestras, todos relacionados com a área de coaching. Em cada dia, as sessões decorrem num local diferente, sob um tema distinto, sempre às 18h30. Na terça-feira, 16 de Abril, no Porto i/o, na Rua de António Pedro, entre outras actividades, Rossana Ferreira, psicoterapeuta e coordenadora da clínica Learn2BePorto, vai ajudar no “primeiro passo: como mudar a mentalidade”. No segundo dia, no Reactor Innovation Hub, em Leça do Balio, o objectivo passa por mostrar “como transformar uma ideia num negócio”. Entre os convidados estará Ricardo Queirós, chamado a contar a história da criação do Catraio, bar portuense totalmente dedicado à cerveja artesanal. No terceiro e último dia, na UPTEC, na Asprela, vai falar-se sobre desenvolvimento de projectos, “o que corre bem, o que corre mal e o que se pode fazer de diferente”, explica Luís. Para isso, Ricardo Marques vai dar a conhecer as Bio Boards, pranchas de cortiça capazes de surfar em terra.
Estas e outras actividades pretendem ser “algo interactivas” e “envolver” as pessoas — nenhuma palestra será dada num palco, até para promover a partilha de experiências com o público. “A ideia é dar uma ferramenta para que no dia-a-dia as pessoas se lembrem e consigam aplicar [os conhecimentos], por muito simples que sejam.” O conceito surgiu “há cerca de meio ano”. Luís era autor de um blogue — BillionWay — em que o intuito era “conhecer projectos novos na cidade e perceber qual tinha sido o percurso das pessoas para iniciarem a sua própria empresa”. O Fura-Vidas acabou por se basear neste conteúdo e “tornar o blogue real”. “Para mim foi o passo seguinte, que é trazer estas pessoas ao público.”
Já o nome é inspirado numa série que marcou Luís. Transmitida pela SIC entre 1999 e 2001, O Fura-Vidas retratava “dois irmãos, que tentavam fazer pela vida e encontrar uma forma de viver”, o que, de certo modo, “tem uma ligação” com o conceito do projecto. “Nós queremos mostrar um pouco isso, que existe sempre uma forma, ainda que seja difícil.”