Ferry entre Funchal e Portimão regressa este Verão
Ligação marítima é retomada a 8 de Julho, com uma viagem semanal até ao final de Setembro. Preços são os mesmos do ano passado e começam a partir dos 29,10 euros por trajecto.
A ligação marítima entre a Madeira e continente é retomada em Julho, com a primeira viagem Funchal-Portimão a estar marcada para o dia 8. Serão, tal como aconteceu no ano passado, 12 viagens – uma por semana – durante os meses de Verão, feitas a bordo do ferry Volcan de Tijarafe.
As passagens, de uma viagem que ronda as 23 horas, estão disponíveis a partir de meio da próxima semana, sendo que os valores são os mesmos praticados na operação de 2018. Os bilhetes mais baratos, entre Funchal e Portimão, variam entre os 85 euros por trajecto para adultos não residentes na Madeira e os 29,10 euros para residentes no arquipélago. Os mais caros, com direito a camarote duplo exterior, oscilam entre os 187,05 euros (não residentes) e os 74,80 euros (residentes). Crianças entre os 4 e os 11 anos pagam metade, e os bilhetes para menores de três anos são gratuitos.
Existem também tarifas para estudantes com domicílio fiscal na região autónoma, e valores para o transporte de todo o tipo de veículos que viajem acompanhados de passageiro: automóveis ligeiros (125 euros), motociclos (40 euros), bicicletas (10 euros) ou viaturas eléctricas (65,50 euros).
O Volcan de Tijarafe vai também transportar autocaravanas (810 euros para o Funchal e 110 euros no regresso a Portimão), com os valores de todas as passagens a subirem ligeiramente se a viagem for até Canárias, onde semanalmente o navio fará a rotação. Entre 59,50 e 85 euros os mais baratos, com os mais caros, em camarote, a chegarem aos 187,05 euros.
As viagens começam sempre aos domingos com a saída do ferry do porto de Tenerife às 20h15, que chega na manhã seguinte (8h15) ao Funchal. Duas horas depois, parte para Portimão chegando terça-feira (9h30). Três horas depois, parte rumo à Madeira, chegando à região autónoma às 12h30 de quarta-feira. Nesse mesmo dia, às 18 horas sai para Las Palmas, onde entra naquele porto espanhol às seis da manhã de quinta-feira.
O navio, fretado pela Empresa de Navegação Madeirense (ENM) ao armador espanhol Naviera Armas, faz a rotação entre a Gran Canária e Santa Cruz de Tenerife, viajando para o Funchal no domingo seguinte. A última viagem deste ano está marcada para 25 de Setembro.
O Naviera Armas tem capacidade para transportar mil passageiros, 300 viaturas e 35 atrelados de 45 pés. No ano passado, nas vinte e quatro viagens entre o Funchal e Portimão (12 por trajecto), transportou 10.424 passageiros, 2.300 automóveis e recebeu três milhões de euros em indemnizações compensatórias.
O contrato de três anos assinado pelo governo madeirense e a ENM, que integra o portfólio empresarial do grupo Sousa, o mesmo que assegura a ligação marítima entre as duas ilhas do arquipélago, prevê um apoio total de nove milhões de euros, para um mínimo de 12 viagens por ano.
O objectivo inicial era que a linha marítima de passageiros e mercadoria funcionasse todo o ano, mas após contactos informais com vários armadores e abertura de dois concursos internacionais (o primeiro ficou deserto), a operação foi reduzida aos meses de Verão.
Entre 2008 e 2012, um ferry da Naviera Armas assegurou uma ligação semanal, durante todo o ano, entre o Funchal, Portimão e Las Palmas (ilhas Canárias), até ser interrompida abruptamente, com armador espanhol a acusar as autoridades regionais de criarem entraves.
Desde essa data, a questão tem estado no debate político, e com a saída de Alberto João Jardim, em 2015, ganhou novo fôlego. Tanto, que foi logo em Janeiro de 2016 que o executivo de Miguel Albuquerque, que sucedeu Jardim na presidência do PSD-Madeira e no Governo regional, abriu o primeiro concurso para a linha. O tal que ficou deserto.
A Madeira tem insistido que à luz da continuidade territorial consagrada na Constituição, cabe ao Estado assegurar a operação, mas a pretensão tem esbarrado sempre no Ministério do Mar. A ministra Ana Paula Vitorino fez, recentemente, uma inflexão no discurso, passando a olhar para o ferry como um caminho para garantir o princípio da continuidade territorial, mas sempre de uma forma sustentável. O que passaria por mudar a rota do navio para Lisboa, em vez de Portimão. Mas para já nada foi concretizado.