Traficante Franklim Lobo fica em prisão preventiva e vai ser julgado em separado

Franklim Lobo andou durante anos andou fugido à justiça portuguesa. Será julgado em “processo autónomo” da denominada Operação Aquiles.

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Fabio Augusto

O narcotraficante português Franklim Pereira Lobo, detido em Março em Málaga, Espanha, no âmbito de um mandado de detenção europeu, ficou em prisão preventiva após o primeiro interrogatório judicial, que decorreu na quinta-feira em Lisboa.

Segundo fonte judicial, a juíza aplicou a prisão preventiva a Franklim Lobo, que durante anos andou fugido à justiça portuguesa, e que será julgado em “processo autónomo” da denominada Operação Aquiles, que está em julgamento e que envolve tráfico de droga, associação criminosa e corrupção passiva e activa.

A Operação Aquiles conta com 27 arguidos, entre os quais dois inspectores-chefes da PJ, uma vez que os juízes decidiram separar os processos de Franklim Pereira Lobo e de outra arguida, Ana Luísa Caeiro.

Segundo a acusação, entre Outubro de 2006 e Janeiro de 2007, elementos da Unidade de Prevenção e Apoio Tecnológico da Polícia Judiciária (UPAT/PJ) transmitiram à sua hierarquia informações resultantes de vigilâncias e recolha de informações que “evidenciavam fortes suspeitas de ligações ao mundo do crime” do ex-coordenador da PJ Carlos Dias Santos.

Na altura, António Benvindo funcionou como agente encoberto da PJ e, numa reunião que manteve com um suspeito de nacionalidade paraguaia, ficou a saber que a organização criminosa que exportava cocaína para a empresa de Torres Vedras “Terra Australis” “tinha um informador na PJ” que revelava as movimentações da polícia no combate ao narcotráfico.

Estas suspeitas apontavam para ligações do ex-coordenador da PJ com o arguido Jorge Manero de Lemos e a actividade de tráfico de droga desenvolvida por este último.

O Ministério Público entende que os inspectores da PJ Carlos Dias Santos e Ricardo Macedo, além de fornecerem informações às organizações criminosas que protegiam, através dos contactos com os pretensos informadores, por vezes recebiam informações das mesmas organizações sobre o tráfico desenvolvido por organizações concorrentes.

Indica a acusação que, entre Outubro de 2006 e Janeiro de 2007, elementos da Unidade de Prevenção e Apoio Tecnológico da Polícia Judiciária (UPAT/PJ) transmitiram à sua hierarquia informações resultantes de vigilâncias e recolha de informações que “evidenciava fortes suspeitas de ligações ao mundo do crime”, de Carlos Dias Santos, apontando para ligações do polícia com Jorge Manero de Lemos e à actividade de tráfico de droga desenvolvida por este último.

No decurso da investigação foram apreendidos mais de 900 quilos de cocaína e mais de 30 quilos de haxixe, bem como diversas viaturas e dinheiro, no montante de várias dezenas de milhares de euros.