Costa quer manter Centeno nas Finanças e ver Pedro Marques na Comissão Europeia
Primeiro-ministro afirma que o cabeça-de-lista do PS às europeias seria "seguramente" um bom comissário europeu. Baixar impostos não será prioridade numa eventual nova legislatura.
António Costa manifestou este sábado, em entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo, a intenção de manter Mário Centeno na pasta das Finanças caso vença as legislativas de Outubro. O primeiro-ministro declarou ainda que Pedro Marques daria “seguramente” um bom comissário europeu, confirmando a notícia do PÚBLICO de segunda-feira, que avançou que Costa aposta na conquista para Portugal da pasta dos fundos estruturais.
Questionado sobre se estará a “cozinhar uma segunda ‘geringonça'”, o líder socialista afirmou que os desejos dos políticos contam “muito pouco” e que só depois de os cidadãos votarem se poderá “ver quais as soluções governativas possíveis e desejáveis de ter”.
Sobre a recondução de Centeno como ministro das Finanças, Costa diz que “do ponto de vista interno não há a menor razão para que não prossiga as suas funções”.
Sobre Marques, cabeça de lista do PS às europeias de Maio, o primeiro-ministro sublinha que “a escolha dos comissários europeus será feita no momento próprio”.
“A seguir às eleições é necessário que entre o Conselho e o Parlamento se criem condições para que haja a escolha de um presidente da Comissão. Esse presidente da Comissão terá que organizar a Comissão Europeia, terá que dialogar com a Comissão, com os diferentes Estados, com as diferentes famílias políticas para a distribuição dos pelouros e, portanto, o que eu digo é que é importante que Portugal possa estar nessa negociação com a maior força possível”, afirmou o primeiro-ministro.
“E quanto mais força tiver dentro do grupo Socialista do Parlamento Europeu, obviamente mais força tem para, nos pelouros que caibam à família socialista, poder ter o melhor possível”, acrescentou.
Baixar impostos não está nas prioridades
Sobre as metas para um eventual segundo mandato, Costa elencou três na entrevista:
- a melhoria dos serviços públicos — e em especial o Serviço Nacional de Saúde;
- a redução da dívida pública;
- e o reforço do investimento público.
Baixar os impostos só na medida do possível, disse o primeiro-ministro. Confrontado com a dimensão da carga de impostos em vigor, Costa disse: “Onde temos podido aliviar esse esforço fiscal, temo-lo feito”. “Se eu achasse que era um nível aceitável, não tínhamos adoptado a política fiscal que temos adoptado, de eliminar a sobretaxa do IRS, de ter reposto já dois escalões do IRS para aliviar, sobretudo, a classe média...”, disse.
O primeiro-ministro disse ainda que prosseguir a trajectória de redução do défice e da dívida é uma prioridade e que quer chegar ao final da próxima legislatura “com uma dívida pública que esteja próxima dos 100% do PIB”.
Costa referiu ainda como prioritário o apoio ao investimento empresarial e à sua modernização, bem como a continuação de um “grande esforço” nas políticas de habitação “para que as novas gerações tenham a oportunidade de poderem encontrar em Portugal não só trabalho, mas a oportunidade de se autonomizar das suas famílias e ter liberdade de viverem sozinhos”.