Astronautas norte-americanos podem regressar à Lua daqui a cinco anos

Com espaço para críticas à actuação da NASA, o vice-presidente norte-americano admitiu que o plano assumido por Donald Trump no ano passado deverá ser concretizado daqui a cinco anos.

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Buzz Aldrin na Lua em Julho de 1969 Reuters/HANDOUT

O vice-presidente norte-americano, Mike Pence, anunciou nesta terça-feira que, dentro de cinco anos, os Estados Unidos irão enviar novamente um grupo de astronautas norte-americanos à Lua, no qual se inclui uma mulher. O Presidente dos EUA, Donald Trump, já tinha assinado em Dezembro de 2017 uma directiva sobre política espacial que tinha como objectivo levar os astronautas norte-americanos à Lua e criar lá alicerces para um dia se chegar a Marte – mas, na altura, não havia datas definidas.

“De acordo com a ordem do Presidente, a política oficial da administração dos Estados Unidos quer promover o regresso dos astronautas norte-americanos à Lua, no prazo de cinco anos”, declarou agora Mike Pence, durante um discurso em Huntsville, no estado do Alabama, acrescentando que a primeira mulher a pisar a Lua será americana.

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Mike Pence KACPER PEMPEL/REUTERS

A administração Trump diz-se frustrada com os atrasos e os problemas de orçamento do programa da NASA (Administração Nacional norte-americana da Aeronáutica e do Espaço) para construir a próxima nave espacial SLS, cuja primeira viagem foi recentemente adiada para 2021.

Mike Pence criticou a “inércia burocrática” da agência espacial e apelou a um “novo estado de espírito”, ameaçando que as futuras missões poderão ser entregues a uma estação privada, com foguetões comerciais, caso a NASA não esteja preparada no prazo estipulado. “Se as naves privadas são a única forma de levar os astronautas americanos de volta à Lua, então serão lançados foguetões privados”, ameaçou.

O responsável pela NASA, Jim Bridenstine, argumentou que a estação espacial fará os possíveis para cumprir o prazo estabelecido.

O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, fez nesta terça-feira uma série de recomendações ao Presidente Donald Trump que visam melhorar a competitividade do sector espacial dos Estados Unidos, abordando o problema da comunicação entre os satélites e a Terra.

De acordo com um relatório enviado pelo ministério do Comércio, as autoridades federais americanas autorizaram, em Novembro passado, que a sociedade espacial SpaceX – que tem Elon Musk como CEO – colocasse 11.943 satélites em órbita destinados a fornecer uma conexão à Internet de alta velocidade para a década de 2020.

“Uma indústria satélite saudável, com acesso suficiente ao espectro de frequências, é vital para a competitividade mundial (…) dos Estados Unidos”, refere-se no relatório. As declarações dos dirigentes surgem a poucos meses da celebração do 50.º aniversário do primeiro homem a pisar o solo lunar, Neil Armstrong, em Julho de 1969.