Apple aposta nas assinaturas com serviços pagos de TV, videojogos e revistas
O Apple TV+ chegará a Portugal no Outono e vai focar-se em conteúdo original. Uma série de Steven Spielberg e documentários de OprahWinfrey estão no catálogo de exclusivos
Os negócios por subscrição são uma das apostas da Apple para 2019: uma plataforma para ver filmes, séries e documentários online, outra de videojogos, e uma de assinatura de revistas e jornais compõem o trio de novos serviços apresentados ontem pela empresa.
As novidades chegam numa altura em que os serviços de subscrição se tornam cada vez mais populares e em que as receitas da Apple estão em queda, sobretudo devido às vendas abaixo do esperado do iPhone.
“Hoje vai ser um tipo de evento diferente”, disse o presidente executivo Tim Cook, no arranque da apresentação. Mas a abordagem aos novos serviços é a mesma que para os equipamentos, frisou: “Têm de ser sempre fáceis de usar, manter a informação privada e pessoal segura, e estarem acessíveis a toda a família.” Em vez de subscrições individuais, por exemplo, os serviços da Apple estão disponíveis em pacotes para toda a família, sem custo adicional.
O novo serviço de subscrição de vídeo, chamado Apple TV+, vai chegar a Portugal no Outono e vai focar-se em conteúdo original.
No catálogo, haverá uma nova versão de Amazing Stories (uma série de ficção científica dos anos 1990 do realizador Steven Spielberg), bem como uma série de comédia que junta os actores Steve Carrell, Jennifer Aniston e Reese Witherspoon, e documentários da apresentadora Oprah Winfrey – e todos estiveram ontem em palco para a ajudar à apresentação.
A Apple junta-se assim às empresas que querem fazer frente ao Netflix e ao canal norte-americano HBO, que também disponibiliza conteúdos em streaming. Este mês, a Walt Disney fechou a compra do grupo de media e entretenimento 21st Century Fox, por 71,3 mil milhões de dólares (cerca de 61,5 mil milhões de euros). A aquisição prepara o terreno para o novo serviço por subscrição da Disney, que vai incluir conteúdos dos filmes da saga Star Wars e do universo Marvel.
Para usufruir de qualquer um dos novos serviços é preciso ter um aparelho da Apple ou uma televisão inteligente que permita instalar aplicações da empresa.
Para Winfrey, a colaboração com a Apple permitirá chegar a mais pessoas em todo o mundo: “Os produtos da Apple estão em mais de mil milhões de bolsos. Mil milhões de bolsos!”, justificou em palco. Um dos documentários da apresentadora, Toxic Labor, será sobre a violência sexual no trabalho.
No mundo dos videojogos, o Apple Arcade será um serviço por subscrição que irá incluir mais de uma centena de obras exclusivas, e que permite aos utilizadores descarregarem títulos para jogar em vários ecrãs, sem anúncios ou necessidade de pagamentos adicionais (ao contrário do que acontece com muitos jogos das lojas de aplicações). A plataforma vai contar com títulos da LEGO, SEGA, Konami e Cartoon Network. Além de trabalhar com grandes editoras, a Apple diz que quer apoiar criadores independentes.
O Arcade foi apresentado uma semana depois de o Google ter lançado a sua própria plataforma de jogos, chamada Stadia, em que os títulos nunca são descarregados e se joga sempre online.
O Apple News+ completa o trio de serviços apresentados, ao permitir aos utilizadores pagarem uma única assinatura para lerem centenas de revistas, jornais e sites noticiosos.
Outro serviço que se vai cingir aos EUA é o novo Apple Card, que nasceu de uma parceria com o banco norte-americano Goldman & Sachs. O cartão de crédito sem taxas deverá ser aceite em todo o mundo, com a Apple a dizer que os utilizadores recebem 2% de dinheiro de volta por cada compra que fazem (no caso de produtos da Apple, será de 3%).Há ainda uma versão física do cartão de crédito, que não inclui qualquer tipo de informação na superfície, além do nome do dono.