Startups do universo Web Summit garantem mil milhões de dólares em três meses
Em 2018, o mesmo montante tinha sido atingido em nove meses. Contas envolvem empresas que passaram por Lisboa ou qualquer outra das feiras organizadas pela empresa de Paddy Cosgrave.
Com os 50 milhões de euros (57,5 milhões de dólares) levantados na semana passada pela slice.com, o universo de startups que passaram pela Web Summit, em Portugal, ou por qualquer outro dos eventos que a empresa de Paddy Cosgrave organiza, atingiram um marco importante: em apenas três meses de 2019 garantiram mil milhões de dólares (882,7 milhões de euros) em financiamento. Em 2018, essa fasquia tinha sido atingida em nove meses. Agora, foi tudo muito mais rápido.
A informação foi confirmada ao PÚBLICO por Ricardo Lima, responsável pela equipa que selecciona as startups presentes nas diversas conferências que a Web Summit organiza (a Web Summit em Lisboa, a Surge em Bangalore, a MoneyConf em Dublin, a Collision em Toronto e a Rise em Hong Kong).
O facto novo em 2019 é a rapidez com que se chegou aos mil milhões de dólares, face aos anos precedentes, como nota Ricardo Lima ao PÚBLICO. Em 2018, foi preciso três vezes mais tempo.
Terá isto a ver com a presença dessas empresas nalgum destes eventos? Provavelmente não, e Ricardo Lima deixa bem claro que a divulgação desta informação não significa que a Web Summit (ou qualquer conferência-irmã) esteja a reclamar algum crédito especial. O mérito é das empresas, dos produtos e serviços que propõem e dos empresários que arriscam.
No caso da slice.com, cuja Série C (terceira ronda de financiamento) permitiu atingir aquele patamar com uma rapidez nunca vista, está em causa uma empresa que desenvolveu uma plataforma de criação colaborativa e de partilha de sons e música para distribuição mundial. Fundada em 2013, passou pela Collision em 2015 e tinha angariado 35 milhões de dólares (30,9 milhões de euros) numa Série B em 2017.
A Web Summit, que em 2019 fará a quarta edição em solo português, conhece bem as startups que passam por qualquer um dos eventos. E acompanha a vida delas mesmo fora do período das conferências. Boa parte desse trabalho é feito a partir de Portugal, onde uma equipa cada vez maior faz a chamada “curadoria” das empresas que depois são convidadas a apresentar-se em Portugal, na Índia, na Irlanda, no Canadá ou naquela região administrativa especial da China.
No início da edição da Web Summit 2018, a empresa de Paddy Cosgrave anunciou que iria aprofundar ainda mais o seu trabalho com startups, assumindo-se também como um investidor. Essa missão foi transferida para um fundo de investimento, chamado Amaranthine, e registado no Dealware, nos EUA. O fundo ficou com 50 milhões de dólares para adquirir participações sociais minoritárias em startups de qualquer maturidade, e a gestão ficou entregue a um ex-responsável do venture capital do Goldman Sachs e ao co-fundador da Web Summit, David Kelly.