Novo adversário, os mesmos problemas para Portugal

Após empatar com a Ucrânia, a selecção portuguesa voltou a não conseguir vencer na fase de apuramento para o Euro 2020. Ronaldo saiu lesionado à meia-hora.

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Reuters/RAFAEL MARCHANTE
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Não foi um jogo tão enfadonho como a da estreia contra a Ucrânia – mérito da Sérvia que, principalmente na primeira hora, não abdicou de atacar a baliza de Rui Patrício –, mas o resultado final foi o mesmo: empate no Estádio da Luz (1-1) contra um dos rivais na luta por um lugar no Euro 2020. Numa partida em que Cristiano Ronaldo ficou fora de combate com uma lesão muscular ao fim de meia-hora, a Sérvia marcou por Tadic de penálti na primeira oportunidade, mas um grande golo de Danilo garantiu um ponto para Portugal.

Após a entrada em falso contra a Ucrânia, Fernando Santos previu um “jogo parecido” com os sérvios e fez um ligeiro “mea culpa” na antevisão do segundo round de Portugal na caminhada para o Euro 2020. O seleccionador português reconheceu que contra a equipa de Andriy Shevchenko faltou agressividade “na acção ofensiva” para “obrigar o adversário a falhar”, deixando os ucranianos “mais confortáveis na acção defensiva”. Para corrigir o defeito, Santos optou por mudar o sistema contra a Sérvia. Fazendo mais alterações do que seria expectável, o técnico português apenas não mexeu na baliza e na defesa, colocando três caras novas no “onze”: Danilo, Rafa e Dyego Sousa.

Com as três novas peças, o seleccionador transformou o inoperante 4x3x3 apresentado contra os ucranianos num 4x4x2, com duas torres na zona central do meio-campo (Danilo e William), Rafa e Bernardo Silva nos flancos, e uma dupla de ataque inédita: Dyego Sousa e Cristiano Ronaldo. A fórmula resultou numa entrada autoritária de Portugal - William Carvalho podia ter marcado aos 4’ -, mas a Sérvia rapidamente mostrou ter muito talento.

Embora, com alguma surpresa, Mladen Krstajic tenha optado por deixar no banco dois dos jogadores do momento do futebol sérvio (Milinkovic-Savic e Luka Jovic), em campo estava o talentoso Dusan Tadic. O médio, que esta época já tinha marcado no Estádio da Luz pelo Ajax e que há três semanas fez gato-sapato da defesa do Real Madrid no Santiago Bernabéu, foi o melhor dos sérvios e aproveitou uma falta de Rui Patrício sobre Gacinovic para, de penálti, inaugurar o marcador aos 7’.

A reacção de Portugal foi positiva, mas, se na passada sexta-feira Pyatov foi a estrela da Ucrânia, desta vez a Sérvia também teve no seu guarda-redes um importante trunfo: com duas grandes defesas, Dmitrovic evitou que Ronaldo (9’) e Rafa (15’) marcassem. Os portugueses assumiam o controlo do jogo e procuravam pressionar, mas os sérvios encontravam sempre muito espaço para contra-atacar com perigo, não permitindo que Portugal ganhasse confiança e, em cima da meia-hora de jogo, Fernando Santos voltou a ter mais uma má notícia: após um sprint, Ronaldo colocou a mão na coxa e fez de imediato sinal de que não dava para continuar.

Obrigado a mexer, Santos surpreendeu.  Apesar de ter no banco jogadores que permitiam manter o 4x4x2 (André Silva, Guedes e Jota), o seleccionador optou por lançar Pizzi, colando o jogador do Benfica no flanco direito. Rafa continuou na esquerda, mas Bernardo Silva passou para o meio, jogando nas costas de Dyego Sousa. Com a mudança táctica e a saída do seu capitão, Portugal perdeu intensidade e a Sérvia melhorou, mas em cima do intervalo Danilo inventou o momento do jogo: o médio do FC Porto recebeu a bola à entrada do meio-campo e, sem oposição dos sérvios, foi avançando no terreno até que disparou um remate sem defesa para Dmitrovic.

No entanto, após o golo do empate, a Sérvia voltou a mostrar audácia: antes do intervalo, Tadic e Lazovic assustaram Patrício; após o descanso, novamente Lazovic, Radonjic e Ljajic finalizaram com perigo. Portugal mostrava-se incapaz e a solução de Fernando Santos foi fazer uma troca por troca: André Silva entrou para o lugar de Dyego Sousa.

Os resultados da substituição não foram imediatos, mas aos poucos os sérvios deixaram de arriscar e nos últimos 20 minutos só deu Portugal. Faltou, no entanto, eficácia e um árbitro competente: aos 73’ (mão de Rukavina) e 82’ (Pepe agarrado), o polaco Szymon Marciniak deixou dois penáltis claros por assinalar.

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