Bombeiros reúnem-se em congresso extraordinário este sábado

Encontro vai ter lugar em Aveiro e servirá para discutir os recentes diplomas aprovados pelo Governo.

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Rui Gaudêncio

Os bombeiros reúnem-se este sábado, em Aveiro, num congresso extraordinário para analisar os recentes diplomas aprovados pelo Governo sobre os incentivos sociais ao voluntariado e lei orgânica da Protecção Civil.

“No congresso extraordinário vai estar em debate um ponto único sobre a análise das matérias em negociação com o Governo”, nomeadamente a criação de uma direcção nacional de bombeiros, autónoma e com orçamento próprio, comando autónomo próprio e cartão social do bombeiro, disse à agência Lusa o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP).

Estas questões estão inseridas na lei orgânica da Protecção Civil e nos novos benefícios sociais e incentivos aos bombeiros voluntários, cujos diplomas foram recentemente aprovados pelo Governo e que estiveram em negociação com a LBP.

Sobre os benefícios sociais, Jaime Marta Soares afirmou que os “bombeiros não concordam totalmente”, mas já são um princípio” para o reconhecimento da sua função.

Jaime Marta Soares adiantou que os bombeiros queriam “um regime mais favorável de aposentação”, com uma bonificação de 25% e não de 15% como foi aprovado pelo Governo.

A nova lei orgânica da Autoridade Nacional de Protecção Civil foi aprovada pelo Governo em Fevereiro e, segundo o presidente da LBP, sofreu alterações de “180 graus” entre a proposta apresentada inicialmente e a versão final.

Jaime Marta Soares frisou também que esta nova lei “abre as portas” para os bombeiros criarem um comando autónomo.

Quando foi apresentada a primeira versão do executivo liderado por António Costa, a LBP criticou as alterações propostas à lei orgânica e como forma de protesto realizou, pela primeira vez, uma manifestação nacional de bombeiros em Lisboa e suspendeu, em Dezembro e durante 10 dias, as comunicações operacionais aos comandos distritais de operações e socorro.

A convocatória do congresso refere que “caso as negociações não estejam concretizadas no âmbito das propostas apresentadas pela LBP”, vão ser iniciadas “as consequentes tomadas de posição perante o Governo”.

Participam no congresso extraordinário as federações distritais de bombeiros e os presidentes e comandantes das corporações.