Regina Pessoa estreia novo filme no Monstra

Tio Tomás, a Contabilidade dos Dias vai abrir, no dia 21, o Festival de Animação de Lisboa, e foi já também seleccionado para os festivais de Annecy e Zagreb.

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Tio Tomás, a Contabilidade dos Dias Regina Pessoa

É, uma vez mais, o regresso à infância, depois da trilogia A Noite (1999), História Trágica com Final Feliz (2005) e Kali, o Pequeno Vampiro (2012): Tio Tomás, a Contabilidade dos Dias é o novo filme de animação de Regina Pessoa (n. Cantanhede, 1969), e vai ter antestreia mundial em Lisboa, esta quinta-feira, na sessão oficial de abertura da 18.ª edição do Monstra - Festival de Animação de Lisboa.

“A partir das memórias afectivas e visuais da minha infância, este filme é uma homenagem ao meu tio Tomás, que foi um homem humilde, um pouco excêntrico, e teve uma vida simples e anónima. Mas ele foi importante para mim. Era um homem bom e foi com ele que comecei a desenhar”, diz a realizadora no comunicado de apresentação do seu novo filme, que foi já também seleccionado para os festivais europeus de animação de Annecy (França, 10 a 15 de Junho) e de Zagreb (Croácia, 10 a 17 de Novembro).

Tio Tomás, a Contabilidade dos Dias é uma produção da Ciclope Filmes, de Abi Feijó, numa parceria internacional com a Office National du Film (Canadá), Les Armateurs (França) e ainda o inglês Phil Davies, como produtor associado. O realizador alemão Andreas Hykade foi o consultor do argumento, a banda sonora é do canadiano Normand Roger, e a voz off do filme é da própria Regina Pessoa e de Abi Feijó.

Tio Tomás, a Contabilidade dos Dias conta, em 13 minutos, a história de um homem na rotina do seu dia-a-dia do trabalho, e uma menina a quem ensina a desenhar na parede junto à lareira, com um pedaço de madeira queimada. É um filme desenhado a preto e branco, com algumas notas de cor vermelha, e feito em gravura animada recorrendo igualmente a técnicas digitais.

No festival Monstra – que na edição deste ano vai pôr em destaque a animação canadiana –, o trabalho conjunto de Regina Pessoa e de Abi Feijó, e da produtora Ciclope Filmes, vai ser também o tema de uma exposição, na Sociedade Nacional de Belas Artes, intitulada Traços de Luz. Aí estarão documentados 25 anos de labor da dupla, nomeadamente com os filmes que marcaram a carreira cinematográfica de cada um dos realizadores: Os Salteadores (1993), Fado Lusitano (1995) e Clandestino (2000), no caso de Abi Feijó; A Noite, História Trágica com Final Feliz e Kali, o Pequeno Vampiro, no caso de Regina Pessoa. A mostra conterá igualmente um conjunto de brinquedos ópticos e máquinas da época do chamado pré-cinema, provenientes do museu que ambos instalaram na Casa de Vilar, em Lousada, e que funciona como um pólo de produção, mas também de formação e divulgação da história da arte das imagens em movimento.

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