Astrolábio português de nau de Vasco da Gama é o mais antigo do mundo
O instrumento de navegação, resgatado ao largo da costa de Omã por arqueólogos britânicos em 2014, foi classificado esta terça-feira pelo livro Guinness World Records como o mais velho do mundo.
Um astrolábio recuperado no local do naufrágio de uma nau da armada portuguesa participante na segunda viagem de Vasco da Gama à Índia, em 1502-1503, foi classificado esta terça-feira pelo livro Guinness World Records como o mais velho do mundo.
Resgatado ao fundo do mar Arábico, ao largo da costa de Omã, por arqueólogos britânicos em 2014, o instrumento de navegação pertencente à nau “Esmeralda”, naufragada em 1503, foi também autenticado por investigadores como o único astrolábio de disco sólido com uma proveniência verificável e o único exemplar decorado com um símbolo nacional: o brasão real de Portugal.
O fino disco de 175 milímetros de diâmetro e apenas 344 gramas foi analisado por uma equipa de investigadores que viajou até Mascate, Omã, em Novembro de 2016, para fazer imagens laser de uma selecção dos mais importantes artefactos recuperados no local do naufrágio da nau portuguesa.
O processo científico de autenticação do disco como sendo um astrolábio, realizado por meio de imagens laser, foi descrito num trabalho publicado esta terça-feira no International Journal of Nautical Archaeology por David Mearns e Jason Warnett, da empresa Blue Water Recoveries, e Mark Williams, do departamento de investigação WMG da Universidade de Warwick, no Reino Unido.
Os investigadores crêem que o astrolábio Sodré que agora entrou para o Livro Guinness dos Recordes Mundiais foi feito entre 1496 e 1501.
Como o mais antigo astrolábio autenticado, preenche uma lacuna cronológica no desenvolvimento destes instrumentos icónicos e pensa-se ter sido um instrumento de transição entre o astrolábio planisfério clássico e o astrolábio de roda aberta, que começou a ser usado algum tempo antes de 1517.
Os astrolábios são considerados o mais raro e mais valioso dos artefactos encontrados em locais de naufrágios antigos, existindo apenas 104 exemplares em todo o mundo.
Segundo o site Science Daily, o livro que anualmente publica os recordes registados em todo o mundo certificou também um sino de navio datado de 1498, encontrado nos destroços da mesma nau, como o mais velho do mundo.