“Não tenho um percurso típico no contexto na política nacional”

Lídia Pereira tem 27 anos e foi escolhida por Rui Rio para o segundo lugar da lista do PSD às europeias.

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Lídia é líder da organização de juventude do PPE, a YEPP DR

Pela primeira vez, a JSD ocupa o segundo lugar na lista do PSD às europeias. O que pensa Lídia Pereira, a jovem escolhida por Rui Rio e que, acredita, vai trazer uma certa “frescura” à abordagem política. O Brexit, os extremismos e a distância entre a arquitectura institucional da União Europeia e os cidadãos são algumas das preocupações que partilhou com o PÚBLICO.

Podem apontar-lhe alguma inexperiência na política.
É verdade, mas já tenho alguma experiência profissional. Tenho também trabalho político: no contexto da JSD fui membro da concelhia de Coimbra, fui membro da distrital, fui directora das relações internacionais, vice-presidente e presidente do Juventude Popular Europeia (YEPP, na sigla inglesa). Não tenho um percurso típico no contexto na política nacional, mas acho que posso trazer outras coisas novas, dada a minha experiência profissional, a minha experiência internacional. Também tenho uma frescura na abordagem política. Não será inexperiência, mas uma nova forma de fazer política.

Tudo indica que a bancada eurocéptica no Parlamento Europeu vá crescer. Preocupa-a?
Preocupa. Mas também exige aos deputados pro-europeístas um trabalho adicional, de explicar aos nossos colegas mais cépticos que estão errados e dar-lhes argumentos válidos e concretos para combater este discurso. [Esse discurso] É fruto também do contexto socioeconómico. Mas acho que temos um desafio maior, de explicar, nos debates e nos confrontos, que estão errados, para dar aos cidadãos um argumento substancial de que o caminho passa pela Europa e não pelo isolacionismo e não por facções mais extremistas. Se tivermos uma Europa forte podemos competir com as outras grandes potências mundiais.

Esses deputados representam pessoas que se identificam com essa forma de ver as coisas.
Às vezes, a maneira como a mensagem passa não corresponde à verdade. Se olharmos para o caso do Brexit, é claro como a água que isso não aconteceu.

E não demonstra também um certo afastamento das instituições europeias em relação aos cidadãos?
Acho que há, de facto, um espaço grande entre a arquitectura institucional e o eleitor. Como a arquitectura institucional é complexa, explicar o impacto concreto das políticas europeias no dia-a-dia de cada cidadão é difícil, dá espaço a ideias mais simplistas e não que não correspondem, de facto, à verdade. E, como são mais simples, são mensagens que as pessoas têm, naturalmente, tendência a fixar ou a memorizar.

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