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Sindicalista das polícias em greve de fome foi assistido pelo INEM

Peixoto Rodrigues estava em greve de fome há quatro dias em frente ao Palácio de Belém.

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Peixoto Rodrigues LUSA/ANTÓNIO COTRIM

O presidente do Sindicato Unificado da PSP e dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos de Polícia (FENPOL) Peixoto Rodrigues foi assistido pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) na madrugada desta sábado. A informação é avançada pelo próprio sindicato que, na sua página de Facebook, mostra o agente a ser levado pela força de socorro devido à “evolução da sua debilidade física”.

O sindicalista estava em greve de fome há cinco dias, tendo anunciado esta acção por “tempo indeterminado” em defesa dos profissionais da polícia e exigindo garantias do Governo em resposta a várias reivindicações.

Ao longo dos dias, o dirigente sindical foi apresentando “sinais de cansaço” e, na sexta-feira, ao final do dia, começou a sentir alguma fraqueza nas pernas, mas quis permanecer no local, relatou à agência Lusa o presidente da Federação Nacional dos Sindicatos da Polícia (FENPOL), Pedro Magrinho.

“Ao longo da noite começou a ficar com bastantes dores de cabeça, muita sonolência e uma aparente descoordenação da fala. Isto criou alguns alertas perante os elementos que o acompanhavam no local e decidiu-se chamar o 112 para perceber se a sintomatologia estaria associada ao facto de ele não estar a ingerir alimentos sólidos”, adiantou o dirigente sindical.

O mesmo adiantou que, com a ida de Peixoto Rodrigues para o hospital, os elementos que o acompanhavam decidiram “levantar todo o material que estava no local para tentar desta forma que não continuasse a colocar a sua própria saúde em risco”.

“Ao tirarmos o nosso apoio do local também seria uma forma do Peixoto Rodrigues perceber que as coisas têm algumas limitações e não basta ele querer continuar, tem que perceber que os colegas não querem que ele continue, porque esta não será a forma de continuar atrás dos direitos dos polícias beliscando a própria integridade física”, salientou.

Pedro Magrinho adiantou que durante os quatro dias de protesto “a única entidade” que tentou perceber as motivações de Peixoto Rodrigues foi a Presidência da República, através de duas assessoras que ouviram as razões que o levaram a fazer o protesto. De resto, nem uma palavra do Presidente da República, do ministro da Administração Interna, do primeiro-ministro ou do director nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP), lamentou.

O protesto foi iniciado nesta terça-feira às 10h em Lisboa, frente ao Palácio de Belém, a residência oficial do Presidente da República, em Lisboa, sendo uma “acção programada e planeada a favor da PSP”.

Os profissionais contestam o incumprimento de uma decisão do Supremo Tribunal Administrativo que condenou o Estado a pagar os suplementos remuneratórios desde 2010 durante os períodos de férias.

Outra das exigências é o aumento imediato do suplemento por serviço nas forças de segurança, bem como a indexação dos suplementos de serviço, partilha, turno, piquete e comando à remuneração principal de cada elemento policial.

A FENPOL quer ainda a “revisão imediata” do factor de sustentabilidade aplicado aos profissionais da PSP que se aposentaram em 2014 e 2015, que causou uma perda do valor da pensão de aposentação.

Os profissionais também contestam a existência de dois subsistemas (Caixa Geral de Aposentações e Segurança Social) consoante os elementos da PSP foram incorporados até final de 2005 ou a partir de 2016, o que impõe regras distintas aos profissionais.

Peixoto Rodrigues negou que esta acção de protesto se tenha inspirado na greve de fome do presidente do Sindicato Democrático dos Enfermeiros (Sindepor), indicando que foi uma forma de luta “programada há muito tempo” e muito ponderada.