Ronaldo e Juventus tentam um “roubo” de alto nível

Em Inglaterra, o “tubarão” Manchester City entrará tranquilo para a segunda mão, frente ao Schalke 04.

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Ronaldo no treino pré-Atlético Madrid. Reuters/MASSIMO PINCA

Como em Ocean’s Eleven, esta terça-feira de Liga dos Campeões pode trazer um “roubo” de alto nível: o “eleven” da Juventus, com Ronaldo à cabeça, terá a missão de “roubar” ao Atlético Madrid a possibilidade de jogarem a final da Champions em casa, no Wanda Metropolitano, em Maio. Tal como no filme de Soderbergh, o prémio é alto (neste caso, chegar aos quartos-de-final, eliminando um candidato ao título) e proporcional à dificuldade da missão: o Atlético venceu a primeira mão, por 2-0, em Madrid, o que obriga a Juventus a marcar pelo menos dois golos, hoje, em Turim. E isso só chegará para provocar mais meia hora de jogo e, eventualmente, desempate por penáltis. Por falar nisso: A Juventus venceu dez dos 18 desempates por penáltis que disputou até hoje, enquanto o Atlético venceu dois dos seis que enfrentou. História a favor dos italianos.

Antes de eventuais penáltis haverá uma “montanha” para ultrapassar. A Juventus é a segunda equipa que mais remata e a terceira que mais passes para finalização faz, na Champions, pecúlios que, hoje, será tão úteis como difíceis de conseguir: o Atlético é a equipa em prova que menos remates permite aos adversários e, conhecido pela solidez defensiva, tem dois dados curiosos: apesar de ser das equipas que menos faltas cometem, é, também, a mais indisciplinada em prova. Daqui infere-se que defende bem, não precisando de recorrer à falta, mas, quando esta via é necessária, não tem problemas em abusar da agressividade. Tudo para garantir que a Juventus não repetirá os quatro golos com que “despachou” a Udinese, no fim-de-semana.

Para o Atlético, haverá, ainda, outro ponto-chave: as bolas paradas. Juve e Tottenham são as equipas em prova com mais golos sofridos de bola parada, enquanto o Atlético é das mais eficazes nesse capítulo, apenas superado por FC Porto, Bayern e Manchester City. E um golo do Atlético, até num lance de bola parada “caído do céu”, poderá ser suficiente para “matar” a eliminatória.

A Juventus terá Ronaldo “fresco” e motivado. O português descansou no fim-de-semana, tal como Chiellini, Bonnuci, Dybala e Mandzukic, e reencontra uma das suas vítimas preferidas. O Atlético de Madrid é a terceira equipa do mundo que mais sofreu com Ronaldo: são 22 golos em 32 jogos e quatro sucessos em quatro eliminatórias europeias frente à equipa de Madrid.

Na antevisão da partida, Massimiliano Allegri, que não terá Barzagli, Khedira e Douglas Costa, lesionados, e Alex Sandro, castigado, falou de uma missão dependente de uma grande noite: “Amanhã terá de ser uma noite fantástica e teremos de ser inteligentes. O Atlético tentará contra-atacar para conseguir um golo. Teremos de fazer 95 minutos com a técnica e cabeça certas”.

Do outro lado, Diego Simeone irá a Turim sem Filipe Luís e Lucas Hernández, lesionados, e Diego Costa e Thomas, suspensos. O treinador argentino recusou o favoritismo dos espanhóis, pela vantagem de dois golos, e garantiu que a Juventus não é só Ronaldo. “É difícil falar em favoritismo”, disse, acrescentando: “A Juventus é uma equipa forte, de campeões. Ofensivamente, Dybala e outros podem acompanhar Ronaldo. São jogadores que merecem muita atenção da nossa parte”.

Um “tubarão” tranquilo

Em Inglaterra, o “tubarão” Manchester City entrará tranquilo para esta segunda mão, frente ao Schalke 04. A equipa de Guardiola venceu na Alemanha, por 3-2, uma diferença escassa, mas aumentada pelo tremendo valor de três golos marcados fora.

Para derrubar o “gigante”, o Schalke terá de marcar pelo menos dois golos em Manchester, sabendo que um excesso de entusiasmo na procura do golo poderá permitir às “motas” Sané, Sterling ou Mahrez – ajudados pelos “artistas” Bernardo, Silva ou de Bruyne – darem uma “machadada” definitiva na eliminatória. E há, ainda, um Agüero com onze golos nos últimos onze jogos.

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