Enfermeira de Stephen Hawking acusada de má conduta e negligência

A profissional que cuidou do físico durante mais de uma década está a ser acusada de má conduta e de negligência. O cientista, que enfrentava há décadas uma doença degenerativa, morreu em 2018.

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EVERT ELZINGA

Uma das antigas enfermeiras de Stephen Hawking, o físico britânico falecido em 2018, que sofria de esclerose lateral amiotrófica desde os 21 anos, está agora a ser julgada no Reino Unido pelo Conselho de Enfermagem e Obstetrícia britânico​ por suspeitas má conduta profissional e por negligência. 

Patricia Dowdy, que foi enfermeira do físico durante mais de uma década, foi alvo de uma queixa por parte da família de Hawking. A natureza exacta das acusações ainda é desconhecida, mas o Conselho de Enfermagem e Obstetrícia britânico já está a deliberar sobre o caso. A entidade proibiu que tanto o público em geral como os meios de comunicação social assistissem ao julgamento.

Segundo informações a que o The Guardian teve acesso, a enfermeira é acusada de não “corresponder aos padrões de bom atendimento profissional que o Professor Hawking merecia”. O Conselho de Enfermagem e Obstetrícia confirmou que Patricia Dowdy, de 61 anos, enfrenta várias acusações relacionadas com os cuidados que prestou ao físico, incluindo de “má conduta financeira, desonestidade, falta de cuidados adequados, falha em cooperar com o Conselho e falta de qualificações”.

Já em 2016, dois anos antes da morte do cientista, a enfermeira tinha sido temporariamente suspensa por alegações de má conduta. As informações reveladas esta terça-feira são o culminar de uma audiência de seis semanas, a portas fechadas, em Stratford, a leste de Londres. A enfermeira britânica continua suspensa e só retomará a sua actividade caso seja autorizada a fazê-lo na audiência prevista para 21 de Março, que ditará o fim do julgamento.

Stephen Hawking tornou-se num dos nomes da ciência mais prestigiados em todo o mundo, trouxe um novo olhar sobre os buracos negros, nunca deixando de se indagar sobre a origem do Universo. Aos 21 anos, foi-lhe dito que sofria de esclerose lateral amiotrófica e que teria dois anos de vida. A doença afectou-o gradualmente, ao ponto de conseguir mexer pouco mais do que um dedo e piscar os olhos, mas com a ajuda de uma cadeira de rodas e de um sintetizador de voz, o físico ultrapassou em quase cinco décadas o tempo de vida que lhe tinha sido dado.

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