Carlos Tavares diz que não paga multa a Tomás Correia

O banco da Associação Mutualista vai recorrer da coima do Banco de Portugal aplicada à instituição. Sobre a punição do antigo presidente, Carlos Tavares diz o banco só se responsabiliza pelas custas e advogados.

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Fabio Augusto

“O Conselho de Administração tomou uma decisão baseada no parecer dos advogados de recorrer”, disse Carlos Tavares sobre as multas decretadas pelo Banco de Portugal ao Banco Montepio.

“O único requerimento que os auditores [das contas do banco] fizeram relativamente a este processo foi o da coima do próprio banco, baseado na interpretação que eu julgo que é linear da deliberação da assembleia geral, que é concordante também com a dos nossos serviços jurídicos, e portanto provisionámos a coima relativamente ao banco”, explicou Carlos Tavares durante a conferência de imprensa de apresentação de resultados de 2018 do Banco Montepio.

Sobre o recurso, Carlos Tavares disse que, “de acordo com o parecer dos advogados do banco”, este vai tentar fazer com que a coima seja inferior.

O chairman do Montepio, esclareceu ainda que não será o banco a pagar as coimas de antigos administradores.

Quando questionado se face ao não provisionamento nas contas de 2018 das multas a anteriores administradores isso significaria que o banco não as ia pagar, Carlos Tavares respondeu afirmativamente. “A sua interpretação é correcta”, disse Carlos Tavares. Isto, apesar de esse pagamento ter ficado formalizado na acta de uma assembleia-geral do banco, no ano passado. Ainda assim, o antigo presidente da CMVM referiu que as custas judiciais e os honorários dos advogados de Tomás Correia e da sua equipa serão assumidos pelo banco, que depois accionará um seguro para cobrir esses eventuais encargos.

No dia 21 de Fevereiro foi dado a conhecer que o Banco de Portugal condenou Tomás Correia a uma multa de 1,25 milhões de euros no âmbito das suas funções quando era presidente do banco Montepio.

Para além de Tomás Correia, o regulador e supervisor bancário condenou outros sete ex-administradores do banco (com multas entre 17,5 mil e 400 mil euros) e ainda o próprio banco, em 2,5 milhões de euros.