Costa pede “votação massiva” no PS para dar força ao Governo em Portugal
O primeiro-ministro diz que as duas realidades, a nacional e a europeia, estão de braço dado e que o que vai acontecer nas europeias, vai ter influência em Portugal.
António Costa não esconde que as eleições europeias e as eleições legislativas deste ano estão ligadas. Umas, as europeias, abrem caminho e podem dar ou tirar força ao que tem vindo a fazer no Governo, que será avaliado nas legislativas. Para o secretário-geral do PS, é precisa uma “votação massiva” no PS para o Parlamento Europeu porque isso legitima o que faz por cá, ou, nas suas palavras, “dá força à acção do Governo”.
Num discurso na apresentação oficial da lista de candidatos em Lisboa, Costa explicou o porquê de as duas eleições estarem ligadas. “O que acontecer nestas eleições, é muito importante para o que aconteça a seguir em Portugal”, disse.
E porquê? Costa quer que Portugal tenha “peso efectivo” no Parlamento Europeu para, com isso, influenciar mudanças de políticas na União Europeia. A ambição do secretário-geral do PS e primeiro-ministro foi explicada em “três requisitos”. O primeiro, é a “qualidade dos eleitos"; o segundo “ser eleito para um grupo [parlamentar] que tenha peso no Parlamento Europeu"; e por fim, o requisito mais ambicioso para Costa, ter peso dentro do grupo parlamentar dos socialistas, trabalhistas e sociais-democratas: “Podemos estar num grupo muito grande, mas se não tivermos peso, não conseguimos fazer a diferença. Não é indiferente saber se elegemos dois ou 12 eurodeputados. Quantos mais deputados elegermos, mais peso teremos no grupo socialista e mais no Parlamento Europeu”, disse.
Costa ainda não tinha posto uma fasquia para estas eleições. Agora, pede uma “votação massiva para ganharmos claramente as eleições que dá força à acção do Governo”. A vitória “clara” que pede contrasta com a vitória “por poucochinho” que acusou, há cinco anos, António José Seguro de ter conseguido, tendo dado início à disputa interna dos socialistas.
Só esta votação massiva permite, disse, “termos de facto uma Europa que não combate a mudança, mas que dê força à mudança e que crie melhores condições para irmos mais longe do que fomos”.
No discurso, aproveitou para responder ao PSD, que este domingo também teve iniciativas viradas para as eleições europeias. Rui Rio disse ter a “vida mais facilitada” nas eleições, uma vez que o PS escolheu Pedro Marques como cabeça-de-lista. O critério de Costa é diferente. Defende Pedro Marques por este ter “experiência e provas dadas” e por ser o líder de uma equipa renovada, o que não acontece com os outros partidos. “Felizmente o PS não precisa de apresentar pela terceira vez os mesmos candidatos porque tem muitos quadros de enorme valia. Pedro Marques, apesar de ter só 42 anos, tem muita experiência e provas dadas”.