Portugal quer atrair mais filhos de emigrantes para o ensino superior

O ensino superior em Portugal tem um contingente reservado a filhos de emigrantes de 7% do total das vagas nacionais.

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No ensino superior em Portugal há 3500 vagas para filhos de emigrantes Nelson Garrido

O Governo quer incentivar mais luso-descendentes e filhos de emigrantes a candidatarem-se ao ensino superior em Portugal, através de sessões de informação com pais e educadores, que arrancaram este sábadp no Luxemburgo e vão decorrer em vários países.

O ensino superior em Portugal tem um contingente reservado a filhos de emigrantes de 7% do total das vagas nacionais, o que corresponde a “cerca de 3500 vagas”, mas “pese embora ter crescido cerca de 40% no ano de 2017 para 2018”, no ano passado só houve 247 vagas ocupadas, lamentou o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro.

O governante esteve este sábado numa cerimónia de entrega de diplomas a 180 alunos de língua e cultura portuguesa, em Ettelbruck, no Grão-Ducado, que marcou o arranque da iniciativa “Jornadas Estudar e Investigar em Portugal 2019”, com a participação do director-geral do Ensino Superior, João Queiroz.

O objectivo é “divulgar junto das comunidades portuguesas residentes no estrangeiro as oportunidades de ingresso e frequência no ensino superior português para os luso-descendentes”.

“Nós temos uma rede de ensino superior com qualidade, bem implementada, com bons professores, que pode ser aproveitada por estudantes internacionais mas também por luso-descendentes”, disse João Queiroz.

Aquele responsável sublinhou que a rede de ensino superior tem também “cobertura nacional”, permitindo que um estudante com família originária de uma determinada região opte por um estabelecimento de ensino ali localizado.

Outra oportunidade apresentada são os cursos técnico-profissionais, que permitem “aceder ao mercado de trabalho” após dois anos ou a licenciaturas.

Nos próximos meses, o Governo e a Direcção do Ensino Superior vão organizar estas jornadas em vários países “onde há comunidades portuguesas relevantes”, incluindo em França, já no próximo fim-de-semana, mas também Alemanha, Suíça e Estados Unidos, “para sensibilizar e estimular os filhos de emigrantes sobre as possibilidades que Portugal lhes oferece” e “da vontade que Portugal tem de acolher estes estudantes”, disse ainda João Queiroz.

As jornadas enquadram-se na iniciativa “Estudar e Investigar em Portugal”, promovida pelo Governo português em cooperação com as instituições de ensino superior, ciência e tecnologia.

José Luís Carneiro disse à Lusa que o Governo quer também “criar canais de comunicação” mais directos com as famílias portuguesas no estrangeiro, através de uma plataforma associada e “de um conjunto de instrumentos nas redes sociais, desde o Facebook ao Instagram”.

"Falem português em casa"

O secretário de Estado aproveitou ainda a cerimónia de entrega de diplomas para apelar às famílias para que “falem português em casa” e aproveitem as várias modalidades de ensino de português no Luxemburgo, recordando que o Governo “tem feito um grande esforço para garantir a promoção do ensino e da cultura portuguesas no Luxemburgo”.

“Estamos a falar de um investimento no ano de 2018/2019 superior a dois milhões de euros”, disse à Lusa, e de “um total de sete a oito milhões de euros de 2015 a 2019”.

O responsável pela pasta das Comunidades mostrou-se também satisfeito com o aumento do número de alunos que este ano obtiveram certificados de português no Luxemburgo.

“Trata-se de um crescimento de 37% do número de alunos que quiseram realizar provas para efeitos da sua certificação de competências linguísticas, um certificado que é válido em todo o espaço da União Europeia”, disse, considerando que “as famílias estão a valorizar cada vez mais não apenas a procura da língua portuguesa, mas a certificação das competências obtidas”.