PSD preocupado com operação 5G da Huawei
Bancada vai insistir em aceder a acordo com Meo. EUA enviaram comitiva a Lisboa para discutir segurança de redes móveis com o Governo.
O PSD vai insistir em ter acesso ao memorando entre a Meo e a Huawei para o desenvolvimento da tecnologia 5G (a próxima geração de redes móveis), assinado no âmbito da visita do Presidente chinês Xi Jinping a Portugal em Dezembro passado. A vice-presidente da bancada Rubina Berardo diz ver com “muita preocupação” a reserva dos “aliados naturais” de Portugal sobre a utilização desta tecnologia pelo fabricante chinês de telemóveis, na sequência dos alertas deixados ao Governo por uma comitiva liderada pelo presidente da Comissão Federal das Comunicações dos EUA (FCC) Ajit Pai, que esteve em Lisboa.
No encontro com representantes do Governo português, esta quarta-feira, como noticiou o PÚBLICO, Ajit Pai e o embaixador norte-americano em Lisboa, George E. Glass, deixaram preocupações com a segurança nomeadamente por causa da eventual partilha de informação permitida pela tecnologia com os parceiros da NATO.
“Como vemos, os nossos aliados estão preocupados com isso”, disse ao PÚBLICO a deputada, que regista o “silêncio” do Governo depois de o PSD ter enviado um pedido de acesso aos 17 acordos assinados com o Presidente chinês numa cerimónia pública com o primeiro-ministro a 5 de Dezembro. O PSD escreveu inclusivamente a Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da República, a queixar-se da falta de respostas.
Rubina Berardo também fez perguntas sobre a matéria nas audições do ministro da Defesa e dos Negócios Estrangeiros, mas a questão foi desvalorizada. Apesar de se alegar que se trata de uma matéria do foro empresarial com reserva comercial, o PSD vai insistir, por haver parceiros da União Europeia “que estão a rejeitar esta nova geração de redes móveis” da Huawei e por uma questão “de transparência em relação ao Parlamento”.
Em Dezembro do ano passado, o comissário europeu Andrus Ansip mostrou preocupação com a expansão da Huawei na Europa pelo facto de as empresas tecnológicas chinesas poderem ser forçadas a fornecer informações aos serviços secretos da China. Fora da Europa há países como a Austrália que decidiram bloquear a participação da Huawei no projecto de criação de redes 5G no país”.