Maria João Rodrigues: "assédio laboral" é diferente de "uma grande quantidade de trabalho"

A eurodeputada reserva para "mais tarde" uma posição sobre a sua exclusão da lista do PS às eleições europeias.

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Maria João Rodrigues tem "orgulho no trabalho imenso" que desenvolveu Daniel Rocha

A eurodeputada Maria João Rodrigues reserva para "mais tarde" uma posição sobre a sua exclusão da lista de candidatos do PS às eleições europeias, mas assume "orgulho no trabalho imenso" que considera ter feito na actual legislatura.

Maria João Rodrigues, que foi segunda na lista do PS às eleições europeias de 2014, não consta agora da lista de candidatos socialistas ao Parlamento Europeu para 2019-2024, anunciada na quinta-feira, numa altura em que é alvo de um processo por assédio laboral movido por uma assistente parlamentar, cujo desfecho deverá ser anunciado este mês pelo presidente da assembleia, Antonio Tajani.

Numa curta declaração enviada esta sexta-feira à agência Lusa, a deputada diz esperar "que, no final, o sistema de justiça seja capaz de distinguir entre assédio laboral e uma grande quantidade de trabalho".

Maria João Rodrigues sublinha, no entanto, que tem "orgulho no trabalho imenso" que desenvolveu com os seus colaboradores "na construção do Pilar Europeu dos Direitos Sociais e para acabar com o período de austeridade na Europa".

"No que diz respeito às implicações políticas mais gerais deste caso, apenas me pronunciarei mais tarde", conclui a deputada.

O PÚBLICO tentou, sem sucesso, contactar Maria João Rodrigues.

A lista de candidatos do PS às eleições europeias de Maio próximo, proposta pelo secretário-geral, António Costa, e encabeçada pelo ex-ministro Pedro Marques, foi aprovada na quinta-feira, por ampla maioria, pela comissão nacional política do partido.

Na ocasião, questionado pelos jornalistas, Pedro Marques escusou-se a explicar as razões que levaram a direcção do partido a tomar a decisão de deixar de fora Maria João Rodrigues. "Houve uma renovação significativa" face aos candidatos presentes na lista às europeias do PS de 2014, alegou Pedro Marques, apontando que apenas dois dos oito actuais eurodeputados, Pedro Silva Pereira e Carlos Zorrinho, voltam a candidatar-se nas eleições deste ano.

"Houve uma renovação da nossa lista. São opções dos órgãos do PS. Alguns continuam e outros que, embora tendo feito um trabalho extraordinário, terão certamente outras funções relevantes para desempenhar. Temos uma lista de enorme qualidade, com quadros jovens e muitas mulheres", defendeu.

Após Pedro Marques, entram nos primeiros lugares da lista a ex-ministra Maria Manuel Leitão Marques, o eurodeputado Pedro Silva Pereira e a ex-secretária de Estado dos Assuntos Europeus Margarida Marques. Entre os quinto e oitavo lugares, posições que são consideradas elegíveis, entram André Bradford (Açores), Sara Cerdas (Madeira), o eurodeputado Carlos Zorrinho e a deputada Isabel Santos.