Jerónimo Martins lucra 401 milhões de euros em 2018

Grupo dono das cadeias portuguesas Pingo Doce e Recheio, e da polaca Biedronka, vai distribuir 204 milhões de euros de dividendos aos accionistas, cerca de 50% dos resultados obtidos em 2018. E vai investir 700 a 750 milhões este ano

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Rui Gaudenco

O lucro da Jerónimo Martins subiu 4,1% no ano passado, face a 2017, para 401 milhões de euros, com as vendas do grupo a avançarem 6,5%, divulgou hoje a dona da cadeia de supermercados Pingo Doce.

As vendas do grupo subiram 6,5%, no período em análise, para 17.337 milhões de euros, com um aumento das vendas LFL ['like-for-like', ou seja, vendas em lojas que operaram sob as mesmas condições no período em análise, sem contabilizar aberturas ou encerramentos] de 3,1%.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Jerónimo Martins refere que o resultado líquido de 401 milhões de euros reflecte "um desempenho operacional muito positivo" do grupo que está presente em Portugal, Polónia e Colômbia.

O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) aumentou 4,1% para 960 milhões de euros.

O grupo anunciou igualmente que o conselho de administração da Jerónimo Martins, liderado por Pedro Soares dos Santos, vai propor a distribuição de 204,2 milhões de euros, um dividendo bruto por acção de 0,325 euros, anunciou hoje a empresa.

"Em linha com a política de dividendos em vigor, o conselho de administração irá propor na assembleia-geral anual de accionistas a distribuição de 204,2 milhões de euros em dividendos", refere a dona do Pingo Doce, no comunicado dos resultados relativos a 2018.

"Esta proposta corresponde a um dividendo bruto de 0,325 euros por acção (excluindo as 859.000 acções próprias em carteira) e representa um 'payout' de cerca de 50% dos resultados consolidados ordinários", prossegue o grupo que tem presença em Portugal (Pingo Doce e Recheio), Polónia (Biedronka e Hebe) e Colômbia (Ara)

"A proposta de distribuição de dividendos deixa ao grupo total flexibilidade para acelerar os seus planos de expansão e aproveitar qualquer potencial oportunidade de crescimento não orgânica, mantendo em simultâneo um nível reduzido de dívida líquida", acrescenta.

Investimento de 700 a 750 milhões em 2019

O grupo prevê investir entre 700 e 750 milhões de euros este ano, nos quais se incluem a melhoria da infra-estrutura operacional e logística em Portugal, Polónia e Colômbia, anunciou hoje a dona do Pingo Doce.

"Em 2019, o grupo prevê investir 700-750 milhões de euros, alocado a três áreas principais", refere a Jerónimo Martins, em comunicado sobre os resultados de 2018 enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

As três áreas são a expansão da Biedronka, Hebe (Polónia), Pingo Doce (Portugal) e Ara (Colômbia), "'upgrade' contínuo das lojas existentes" e a "melhoria da infra estrutura operacional e logística nos três mercados", refere a empresa.

A cadeia de supermercados polaca Biedronka "está bem preparada para continuar a adaptar-se à implementação progressiva da proibição de abrir as lojas ao domingo, com o crescimento das vendas LFL ['like-for-like', ou seja, vendas em lojas que operaram sob as mesmas condições no período em análise] de 2019 a ter, no entanto, de reflectir os efeitos de menos 13 dias de vendas e também da inflação no cabaz, que se espera que se mantenha em baixa".

A Biedronka "irá acrescentar cerca de 50 novas localizações destas unidades mais pequenas às cerca de 100 aberturas (cerca 60 adições líquidas) previstas no seu formato mais comum", refere o grupo, que adianta que a Hebe, cadeia polaca dedicada à saúde e beleza, "continuará a enfrentar com assertividade o impacto da proibição de abertura ao domingo, prosseguindo a expansão da sua rede de lojas (cerca 50 novas lojas) e a melhoria da sua rentabilidade".

Além disso, a marca "irá avançar para o reforço da conveniência através de uma abordagem omnicanal ao mercado polaco da saúde e beleza", acrescentam.

No mercado português, apesar de esperar "abrandamento económico”, o grupo antecipa “um padrão estável no consumo alimentar", refere a Jerónimo Martins.

O Pingo Doce e o Recheio "continuarão focados em ganhar quota de mercado e em manter-se como primeira escolha", sendo que a marca de supermercados "deverá manter o ritmo de expansão de lojas, continuando também a investir no programa de remodelações".

No mercado colombiano, a cadeia de supermercados Ara vai continuar a expandir a infraestrutura física, "mantendo o ritmo de aberturas, enquanto se prepara para inaugurar dois centros de distribuição no final de 2019".

A Jerónimo Martins espera que a Hebe atinja o 'break-even' [ponto de equilíbrio] do EBITDA e que a Ara registe "uma redução de 20-25% das perdas geradas em relação a 2018, a taxa de câmbio constante".