Governo pretende estender à Suíça programa de ensino complementar de português
O ensino complementar de português já está inserido no sistema de educação do Luxemburgo e da África do Sul.
O Governo assumiu nesta terça-feira a pretensão de estender à Suíça e a outros países o programa de ensino complementar de português, actualmente a ser desenvolvido no Luxemburgo e na África do Sul.
O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, assumiu, no parlamento, que "a experiência no Luxemburgo vai ter bons resultados", pelo que se está a estudar a possibilidade de instituir o ensino complementar noutros países.
"O Estado português tinha uma resposta de ensino integrado e também de Língua de Herança. Temos vindo a trabalhar concomitantemente nestas duas dimensões do trabalho ao nível da promoção e defesa da língua portuguesa, nomeadamente do ensino básico ao secundário", referiu José Luís Carneiro, na audição na comissão parlamentar dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades Portuguesas.
Segundo o governante, no Luxemburgo, por força de um dos municípios do país, Esch-sur-Alzette, trabalha-se "numa alternativa que tem bons resultados" e que, no ano lectivo passado, teve 540 alunos, mais do que no anterior.
O projecto no Luxemburgo será consubstanciado numa "edição para demonstrar os resultados que tem vindo a ter, nomeadamente nas metodologias e as abordagens que foram introduzidas nesta modalidade de ensino e, avaliada que esteja", poderá ser levada a outros países.
A instituição do ensino complementar de português na Suíça, onde reside uma grande comunidade portuguesa, é pretendida por "a oferta do ensino da língua portuguesa estar colocada ao nível dos cantões, o que exige uma diversidade, não apenas do ponto de vista dos conteúdos e das metodologias de ensino da língua portuguesa, mas também uma diversidade muito significativa, porque tem de ser de vários níveis para corresponder à diversidade linguística e administrativa que ocorre na Suíça", acrescentou.
O ensino complementar está inserido no sistema de educação luxemburguês, sem pagamento de propina.
O memorando de entendimento entre Portugal e o Luxemburgo para a instituição do ensino complementar foi assinado em Abril de 2017.
No resto do país mantém-se o ensino integrado nas localidades onde já existia e também o ensino paralelo, com pagamento de propina.
No presente ano lectivo, a rede do Luxemburgo conta com 25 professores (um do pré-escolar, 20 do 1.º ciclo do ensino básico e quatro dos 2.º, 3.º ciclos do ensino básico e secundário).
Os actuais 25 horários abrangem aproximadamente 2970 alunos (1036 do regime integrado, 586 do regime complementar e 1348 do regime paralelo) através da leccionação de 233 cursos (72 do regime integrado, 58 do regime complementar e 103 do regime paralelo).