Costa optimista quanto à redução do abandono escolar para 10%
Para incrementar a frequência do ensino superior é preciso também apostar na educação pré-escolar, por ser reconhecida como um preditor de sucesso, defendeu o primeiro-ministro.
O primeiro-ministro António Costa mostrou-se optimista, nesta sexta-feira, quanto à possibilidade de Portugal cumprir uma das metas europeias para 2020, reduzindo o abandono escolar precoce na população entre os 18 e os 24 anos para 10%.
Falando numa conferência sobre Ciência, Inovação e Ensino Superior em Portugal, Costa considerou que, para tal, basta manter a tendência de decréscimo dos últimos dois anos, com a taxa que dá conta da população, daquele grupo etário, que saiu da escola sem completar o secundário a baixar para 12,6% em 2017 e 11,8% em 2018. No início deste século, a proporção de abandono era superior a 40%.
António Costa frisou que a redução do abandono é uma das condições para se "aumentar o número de estudantes do ensino superior" que classificou como "absolutamente decisiva". É a única maneira de "assegurar às empresas a revolução de cursos humanos de que precisam". E, neste domínio, Portugal está bem mais longe das metas europeias para 2020 do que no respeito ao abandono escolar. A meta para 2020 é a de chegar a 40% diplomados no grupo entre os 30 e os 34 anos. Em 2017, esta proporção estava nos 33,5%.
Essencial também para incrementar a frequência do ensino superior é, salientou o primeiro-ministro a apontar mais para o futuro, apostar na educação pré-escolar, por ser reconhecida como um preditor de sucesso.
No programa do actual Governo, uma das apostas era o de alcançar a universalização da pré-escolar a todas as crianças de três anos, ou seja, garantir que exista oferta gratuita para todas elas. Segundo o primeiro-ministro, tal já acontece em 90% dos concelhos do país, devendo chegar aos 100% no próximo ano lectivo.
Para incrementar o número de estudantes do ensino superior, é também preciso "aumentar as oportunidades de acesso", reforçando a acção social escolar e garantindo a existência de alojamento a preço acessível, frisou. Também essencial para este objectivo é o de continuar a atrair estudantes estrangeiros, cujo número quase duplicou entre 2014 e 2018, ano em que representavam já 12% do total de alunos do ensino superior.
A conferência onde Costa esteve presente foi promovida pelo Ministério da Ciência e do Ensino Superior a propósito da passagem de um ano sobre a avaliação do sector feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e destina-se, sobretudo, a dar espaço para uma troca de experiências entre empresas e instituições do ensino superior.