"Caro concidadão". Rio diz que tenta “fazer diferente”, mas “não é fácil”

Líder do PSD escreveu carta aos portugueses em que acusa o Governo de ter "discurso político enganador".

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Rui Rio LUSA/RUI FARINHA

O líder do PSD, Rui Rio, está a dirigir-se aos portugueses, por carta, para defender que desde que assumiu o papel de presidente do maior partido da oposição tem tentado actuar em nome do interesse nacional, mas que o seu comportamento é visto como sinal de fraqueza, já que a “cultura política dominante” é a do “bota-abaixo”.

A carta já começou a ser distribuída e já chegou a algumas caixas de correio. Nela, Rui Rio começa por dizer estar “consciente” do descontentamento dos cidadãos face aos partidos políticos. A maioria dos partidos faz “birras” que “alimentam notícias estéreis” e que “nada contribuem” para o desenvolvimento da sociedade. “Por isso, estou a tentar fazer diferente. Como já reparou, não é fácil”, escreve o líder do PSD, assumindo que “as críticas são muitas” e que os “obstáculos” que tem pela frente exigem “determinação”.

Como exemplo da sua atitude, o social-democrata aponta o funcionamento interno do próprio partido, “com uma organização mais transparente e uma postura mais virada para o interesse nacional”. Mas também refere o seu empenhamento em que os partidos “dialoguem entre si” em torno de reformas estruturais. “Alguns insinuam que isto é ser frouxo”, escreveu, contrapondo que, no seu entender, é uma atitude que põe o interesse nacional em primeiro lugar.

Na carta em que se esforça por clarificar a estratégia política, e que começa com um “caro concidadão” (estabelecendo uma relação directa com os portugueses, sem intermediários), o líder do PSD defende que, “à medida que o tempo passa”, tornam-se evidentes as “falhas” do Governo de António Costa e da maioria parlamentar que o sustenta desde Novembro de 2015. Rui Rio volta a acusar o Governo de ter um discurso político “enganador” em que “nada é totalmente verdade nem nada é totalmente mentira” e considera que “as greves” atestam as “ilusões” que foram “oportunisticamente vendidas”.

Defendendo que Portugal pode “conseguir mais e melhor”, o antigo presidente da Câmara do Porto defende que é preciso “reverter” o caminho, “falando verdade” e adoptando uma “governação virada para a Europa e para o futuro”.

Com o envelope e a carta impressos com a imagem semelhante à que está nos cartazes afixados nas ruas – com a sigla PSD a cor de laranja mas sem o símbolo do partido -, Rio despede-se com “um abraço”.

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