Comissário europeu? "Não quero apoucar estas eleições ao responder a essa pergunta"

Pedro Marques escusa-se a responder sobre se gostaria de vir a ser o futuro comissário português, substituindo Carlos Moedas.

Gostava de ser comissário europeu? 
(risos)

Já houve quem dissesse que mais do que cabeça de lista ao Parlamento Europeu é um candidato a comissário. 
Eu agradeço a questão, era razoavelmente previsível. Eu quero dizer-vos o seguinte: fruto do trabalho de António Costa nestes anos, do prestígio que alcançou a nível europeu, deste exemplo que a nossa forma de governar pôde representar, tenho para mim a profunda convicção de que Portugal estará certamente muito bem representado no papel que terá na futura Comissão Europeia. Mas, de facto, vamos agora disputar eleições ao Parlamento Europeu (PE) e eu não queria de maneira nenhuma apoucar estas eleições, ou retirar-lhes centralidade, ao responder a essa pergunta.

Mas não responde que não... Num futuro, longínquo ou menos longínquo, imagina-se candidato a secretário-geral do PS? 
Tenho a felicidade de encabeçar a lista de um partido que não tem problemas de liderança. Temos um secretário-geral que é um orgulho para os socialistas, que será primeiro-ministro por muitos mais anos. Não há uma questão de liderança no PS. Essa é uma questão que para mim nem se põe nem se porá certamente no curto e médio prazo. 

Mas é uma questão que se vai colocando no PS e vão-se lendo os sinais... Pedro Nuno Santos é ministro, Fernando Medina estava sentado na primeira fila da convenção. São dois eventuais sucessores de António Costa. Com qual se identifica mais? 
Sou muito amigo dos dois. Trabalhei muito com o Fernando Medina, fomos colegas de governo, jogámos ténis juntos, somos bastante amigos e temos trabalhado muito em conjunto. Trabalho imenso também com Mariana Vieira da Silva, para vos dar outro exemplo. Também com a nossa secretária-geral adjunta, Ana Catarina Mendes. Reparem como é possível identificar uma quantidade de nomes de gente mais jovem do que estamos habituados a ver nestes lugares de destaque, no caso do Governo do PS, na bancada parlamentar, na Câmara de Lisboa. Agora tenho a felicidade de ter esse papel no contexto do PE. De facto, António Costa tem tido uma capacidade notável de preparar o futuro do PS e daquilo que serão os futuros protagonistas.

Vamos então contá-los: Pedro Marques, Fernando Medina, Ana Catarina Mendes, Mariana Vieira da Silva, Pedro Nuno Santos... e talvez ainda Francisco Assis que não é assim tão velho. 
Essa é a riqueza do PS. Temos a felicidade de ter um secretário-geral que tem dado espaço de crescimento a muita gente que representa uma nova geração no PS e tem dado provas concretas.

Há duas tendências no PS, uma mais à esquerda que se revê em Pedro Nuno Santos e uma mais central, digamos assim. Que PS vamos ter nesta campanha? É o PS da aliança de esquerda com o Governo ou o PS europeísta muito mais próximo do PSD? 
Eu disse no sábado uma frase que desse ponto de vista é esclarecedora: "Não queremos nem a Europa da troika nem a Europa do Brexit". Não somos a direita europeia que procurou sancionar Portugal, a quem tivemos que resistir, nem essa Europa do Brexit, dos aventureirismos, de preparação de saídas que ninguém sabe o que seriam... Ou dessa insatisfação com o projecto europeu que parece que está sempre a raiar a ideia da saída da União Europeia. Somos um partido profundamente europeísta. Mesmo nos anos difíceis da troika, o PS nunca pôs em causa a posição de Portugal na Europa. Contudo, batemo-nos contra a forma como a Europa queria que governássemos o país. A tendência que está a fazer esta campanha das europeias é a tendência europeísta do PS. E essa tendência somos todos, porque no PS somos profundamente europeístas, rejeitamos os nacionalismos, rejeitamos a Europa das penalizações e sanções da direita, mas também rejeitamos aventureirismos. 

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