A revista Vinho Grandes Escolhas distinguiu os melhores do ano numa gala realizada no Centro de Alto Rendimento da Anadia, na sexta-feira, e, entre os vários premiados, o júri decidiu atribuir aos proprietários do restaurante Rei dos Leitões, na Mealhada, o troféu gastronómico baptizado com o nome de David Lopes Ramos, jornalista que durante muitos anos foi um dos mestres da crítica e do jornalismo de gastronomia em Portugal nas páginas da Fugas e do PÚBLICO. O jornalista morreu em 2011 e pouco depois foi criado este prémio em sua homenagem.
Este ano, o troféu foi atribuído a Licínia Ferreira e Paulo Rodrigues, que “revolucionaram não apenas a antiga casa Rei dos Leitões, mas também toda a oferta gastronómica da Bairrada”, assinala-se na página dos prémios.
De um simples restaurante na Mealhada, o casal, “com muito trabalho e uma busca constante da excelência a todos os níveis”, conseguiu um feito, como resumia José Augusto Moreira na Fugas em 2016: “Soube reinventar-se sem perder o sabor da tradição e é hoje uma referência e exemplo.” Ou, como sublinhava Pedro Garcias (também na Fugas), Licínia e Paulo deram “a volta” a este “restaurante histórico”, “ela na cozinha e ele nos vinhos”.
Além deste prémio-homenagem, a Grandes Escolhas destacou outras referências do “melhor” de Portugal no vinho e gastronomia, destacando-se também o troféu Senhor do Vinho – um prémio de carreira – atribuído a Paul Symington, um dos britânicos mais durienses desde o tempo do barão de Forrester. Quatro décadas de trabalho nas empresas da família Symington, 16 deles como presidente do conselho de administração, anunciou no ano passado que ia retirar-se, após, como se escreveu na Fugas, ter sido com ele que o Porto da Dow’s, da Graham’s ou da Warre chegaram à curta elite dos vinhos mundiais.
Nos vinhos, venceu o produtor Monte da Ravasqueira, a Adega Cooperativa Vitivinícola da Ilha do Pico, a Lusovini Vinhos, a Symington Family Estates (Empresa Vinhos Generosos), a Quinta do Castro (viticultura), os Baga Friends (organização vitivinícola), a Garrafeira 5 Estrelas (melhor garrafeira) e Ivo Peralta (sommelier).
Ainda neste capítulo vinícola, os enólogos homenageados foram Celso Pereira e Jorge Alves (enólogos do ano, ex-aequo), António Agrellos (enólogo de vinhos generosos), António Maçanita (prémio singularidade) e Miguel Queimado (enólogo revelação).
Nos bares e restaurantes, os destaques foram para o Casa da Viúva (bar de vinhos em Quintadona, Penafiel), Feitoria (restaurante do ano, em Lisboa), Taberna Ó Balcão (restaurante de cozinha tradicional, em Santarém) e The Old House (restaurante cozinha do mundo, em Lisboa) – o Club del Gourmet do El Corte Inglés venceu na categoria de loja gourmet. No enoturismo, distinção para as Casas do Côro (enoturismo de Marialva, aldeia histórica na Guarda).
Um dos grandes destaques Grandes Escolhas é também o Top 30 dos vinhos do ano. Entre os mais pontuados (0 a 20), encontram-se vários Porto Vintage: Graham’s The Stone Terraces 2016 (20 pontos), Quinta do Noval Nacional 2016 (20), Dow's 2016 (19,5). Na lista, destaques também para o vinho da Madeira Cossart Gordon (19) e o moscatel Bacalhôa 20 Anos 1997 (19).
Nos tintos, são altamente pontuados três obras-primas do Douro: Quinta do Crasto Vinha Maria Teresa (19,5), Quinta do Vale Meão 2016 (19) e o Pintas (19).
Nos brancos, as notas mais altas vão para o alentejano Procura 2016 (18,5), Quinta das Bágeiras Pai Abel 2016 da Bairrada 2016 (18,5) e o Douro Vale D. Maria Vinha de Martim 2017 (18,5).
O espumante mais pontuado é também do Douro: Vértice 2010 (18,5). Nos verdes, pontuações altas para duas obras de Monção e Melgaço: Expressões 2016 (18,5) e o Soalheiro Primeiras Vinhas 2017 (18,5).
O top 30 está aqui e a lista completa dos vinhos que são as Grandes Escolhas do ano pode ser encontrada aqui.