Videoclipe
Cosmic Mass, antes putos que patos
Esta galeria é uma parceria com o portal Videoclipe.pt, sendo a seleção e os textos dos responsáveis do projeto.
A crónica de Hilário Amorim: Videoclipe, o herói improvável
Fazer a seleção para o destaque desta semana aqui no P3 dos vídeos adicionados pelo público na plataforma VIDEOCLIPE.PT não se afigurava particularmente motivadora, por não haver uma proposta fortemente criativa ou interessante visualmente. Ainda assim, este I’ve Become The Sun, da banda Cosmic Mass, acaba de certo modo por vir reforçar a mensagem que deixámos no anterior destaque, relativa ao princípio que deve orientar a conceção de um videoclipe de tipo performativo.
Assim, quanto a uma das funções da nossa curadoria (a de cativar os visitantes desta galeria para olharem de outro modo — o criativo — para as peças audiovisuais que muitas pessoas ainda tendem a ver apenas de acordo com a sua vertente funcional de promoção), recomendamos ao leitor interessado que desça esta página (se vista através de um browser e não de uma app), onde encontrará sempre os nossos três últimos destaques. E no relativo à banda Melquiades, ler o texto que acompanha o nosso quadro audiovisual aí exposto.
Se aqui as “fugas” não são particularmente criativas, pelo menos há alguma brincadeira audiovisual com a figura dos intérpretes/músicos. E para quem vê tanto vídeo por aí a insistir do princípio ao fim na performance musical, já não é mau. Aliás, é até salutar ver uma banda consciente que o seu garage rock frenético, psicadélico, hipnótico ou até alucinado é fruto do puro gozo e de uma intrínseca adrenalina juvenil que visa divertir e fazer pular uma audiência. Mas, em vídeo, isso não se transmite apenas pela atuação, antes em tentar brincar com essa mesma convenção. Bem, é o primeiro videoclipe projetado do álbum que sairá já em março, intitulado de Vice Blooms. No fundo, putos a verem estrelas, mas a serem putos, e não patos pacatos.
Texto escrito segundo o novo Acordo Ortográfico, a pedido do autor.