Bruno de Carvalho apresentou o seu livro com o "exército" presente
O antigo presidente do Sporting lançou um livro sobre histórias e momentos vividos durante os cinco anos que esteve à frente do clube. Bruno de Carvalho deixou críticas a personalidades do futebol que também estão na obra.
O cumprir de uma promessa que tinha deixado quando chegou a Alvalade. Bruno de Carvalho, ex-presidente do Sporting, lançou esta sexta-feira o livro “Sem Filtro – As Minhas Histórias dos Bastidores da Minha Presidência”, onde compilou vários momentos e histórias sobre alguns dos momentos que viveu nos seus cinco anos de mandato, entre 2015 e 2018. A primeira apresentação desta “obra sobre os bastidores do futebol” e do Sporting decorreu no auditório do centro comercial El Corte Inglês, em Lisboa.
Antes e depois da sessão, onde esteve ao lado de representantes da editora do livro e do autor e jornalista Luís Aguilar, Bruno de Carvalho distribuiu autógrafos e dedicatórias a centenas de pessoas que também não perderam a oportunidade de lhe dirigir algumas palavras enquanto o cumprimentavam. No auditório lotado estavam formadas várias filas de adeptos que vestiam camisolas e outros adereços das cores do Sporting.
Entre agradecimentos à família também presente, Bruno de Carvalho, visivelmente emocionado, afirmou que a curto e médio prazo não pensa em voltar ao Sporting. Porém, a longo prazo aprendeu “a nunca dizer nunca”. “É um projecto que me deixa saudades”, confessou.
A intervenção do antigo dirigente foi curta, mas prolongou-se com várias interrupções da audiência quando as palavras de Bruno tocavam em diversos assuntos. Houve apupos quando foi referida a comunicação social – que não teve hipótese para colocar questões – e aos actuais membros da estrutura do Sporting e, por outro lado, palavras de força e cânticos a pedir o regresso de Bruno e Carvalho.
Por ser comentador, Luís Aguilar salientou que forma, de facto, uma “dupla improvável” com Bruno de Carvalho. Inicialmente pensou “que era uma brincadeira” a ideia de escrever o livro, pois ele e o ex-presidente sportinguista já tinham “trocado palavras menos simpáticas” no passado. Mas após uma conversa concluiu que havia mais coisas a uni-los. “Conheci o Bruno pessoa – algo que poucos conheciam – e gostei”, revelou o co-autor, que foi logo aplaudido pelo público. “Trabalhámos bem juntos e foi uma aposta vencida. Conseguimos um livro isento, frontal e directo. É polémico, mas só assim o podia ser”, afirmou Bruno de Carvalho que agradeceu constantemente o apoio, a “sala cheia” e deixou em aberto o lançamento de um segundo livro de histórias.
“Volta Bruno, o teu exército está aqui”, ouviu-se no auditório
Visivelmente desiludido com o momento actual do Sporting, Bruno de Carvalho esclareceu os adeptos que queria publicar o livro em Novembro de 2018, mas tal não aconteceu. “Não foi com nenhum propósito. Antes estávamos a jogar um bom futebol”, explicou o ex-presidente. “Este clube… este livro - foram cinco anos de presidência, desculpem -, fala sobre um pouco de tudo, da realidade, dos bastidores”, descreveu sem deixar de referir histórias envolvendo nomes como Jorge Jesus, Jorge Mendes, Luís Filipe Vieira, Pinto da Costa, José Maria Ricciardi, entre outros futebolistas, empresários e treinadores com quem se cruzou e do “episódio violento” da invasão à Academia Sporting, em Alcochete, em Maio.
Antes de deixar “saudações desportivas e [sobretudo] 'leoninas'”, criticou os actuais dirigentes de Alvalade, que viram a equipa perder na quinta-feira com o Villarreal, em jogo da primeira mão dos 16 avos-de-final da Liga Europa. “É um caminho que eu não seguiria, quase todas as coisas eu não faria, mas foi o que os sportinguistas decidiram e temos que respeitar”, lamentou Bruno de Carvalho que, no meio da contestação, apelou aos adeptos para se unirem e apoiarem o Sporting. Além disso, deixou um recado ao Governo que analise os casos de violência no desporto pelo país.