Em Espanha discutem-se datas para eleições antecipadas
Dificilmente Pedro Sánchez conseguirá fazer aprovar o seu Orçamento, pois não tem apoio suficiente no Congresso. Falta é saber para quando marcará a nova ida dos espanhóis às urnas.
Já se falam em datas para eleições legislativas antecipadas, uma vez que as possibilidades de Pedro Sánchez conseguir aprovar a sua proposta de Orçamento, na quarta-feira, se tornou bastante reduzida, pois nem os independentistas catalães nem a direita o apoiam.
O presidente do Governo espanhol só deve anunciar a sua decisão após o debate do Orçamento, em que só o Podemos prometeu votar ao lado de Sánchez. Mas a agência EFE avançou 14 de Abril como data provável para eleições antecipadas.
Essa informação, no entanto, parece ter sido uma espécie de balão de ensaio lançado pelo Governo, ou uma forma de pressionar os independentistas catalães para que mudem o seu sentido de voto, depois se terem rompido as negociações na sexta-feira. “Nenhum membro da direcção do PSOE está a falar em 14 de Abril para eleições gerais”, disse ao El País Adriana Lastra, porta-voz socialista no Congresso.
Esta data tem grande simbolismo para a esquerda espanhola – é o dia da proclamação da República, o sistema democrático que vigorou entre 1931 e 1939, e que terminou com a derrota na Guerra Civil de Espanha, para se iniciar uma ditadura militar liderada por Francisco Franco. No entanto, 14 de Abril é também domingo de Ramos, uma semana antes da Páscoa, que para muitos espanhóis é já dia de festa.
Outra possibilidade, considerada pelos media espanhóis como mais credível, é convocar as eleições para o mesmo dia que as europeias, as autonómicas e as municipais, a 26 de Maio. A concentração de eleições também poderia ter desvantagens, pelo que o Governo socialista poderá optar por uma data mais tardia, até ao Outono.
Se porventura o Governo convocasse mesmo eleições antecipadas para 14 de Abril, o decreto de dissolução do Parlamento teria de ser publicado até 19 de Fevereiro, 54 dias antes das eleições.