A EB de Matosinhos é uma escola nova mas já a precisar de obras
Inaugurada há pouco mais de sete anos, o edifício preparado para albergar cerca de 1500 alunos soma um rol de anomalias por resolver.
Uma escola nova, a maior do país, construída no local onde existia uma antiga, já sem condições de funcionamento, para albergar 1450 alunos, em 70 salas, uma delas vocacionada para ensino especial. Fecharam outros estabelecimentos de ensino que não tinham condições, com turmas sobrelotadas, para abrir este. Decorria o ano de 2011, a 5 de Novembro, e a Câmara Municipal de Matosinhos (CMM), inaugurava a Escola Básica de Matosinhos, após um ano e meio de obras.
Portas de emergência e corta-fogo avariadas, janelas de salas de aula e de corredores que não abrem, buracos nos tectos, tomadas eléctricas descarnadas, fissuras em paredes, estores que não funcionam e um calor extremo nas salas onde os alunos assistem às aulas.
Pouco mais de sete anos passaram e este é parte do cenário da mesma escola, já a precisar de obras de fundo para poder funcionar adequadamente, de acordo com o projectado.
O alerta chegou ao PÚBLICO através de alguns pais, que afirmam já ter sido remetida queixa na CMM – uma delas a 20 de Setembro de 2018. Terá sido dito que os problemas seriam solucionados.
Não aconteceu de imediato e o assunto voltou à baila na última reunião do executivo camarário desta última terça-feira, na voz do independente António Parada, vereador na oposição, que também chama à atenção para problemas nos edifícios de outra escola do concelho – a Escola Básica da Lomba. Nesta último existe um problema com uma caldeira.
O rol de anomalias que a EB de Matosinhos colecciona é extensa. De acordo com documento a que tivemos acesso e que seguiu para a CMM, aos problemas já referidos somam-se outros. Há uma lista de 24.
Há estores partidos, sistema de rega avariado, lâmpadas fundidas, casas de banho com sistemas de iluminação automática que não funcionam e sifões dos urinóis calcificados, cadeiras e estiradores por soldar, um parque infantil a precisar de obras, caixas de saneamento que aluíram, um pavilhão com uma porta em risco de queda e com humidade e a precisar de ser pintado, entre outros.
Contactada pelo PÚBLICO, a autarquia afirma ter conhecimento das anomalias. O vereador da Educação e do Ambiente, Correia Pinto, diz que parte delas já estão a ser resolvidas. Admite existir “alguns problemas” de exposição solar, causa para que a temperatura seja elevada nos espaços de aulas “durante todo o ano”, em particular na Primavera e no Verão, mas também no Inverno, circunstância que afirma verificar-se desde o início da sua construção, provocando um sobreaquecimento das salas de aula e causando desconforto às crianças.
Na tentativa de resolver esta situação em particular, uma das que mais afecta os alunos, adianta que a autarquia tem vindo a implementar “várias medidas”. Numa primeira fase tentou-se a instalação de telas protectoras nos vãos da muitas das salas de aula. À posteriori foram colocadas palas de sombreamento. Diz o autarca que, mesmo depois destas intervenções, a situação não ficou resolvida. Nesta operação terá sido gasto cerca de 200 mil euros.
Nos últimos dias, garante estarem a ser realizadas obras, no sentido de colocar em todos os vidros do edifício películas protectoras para “reduzir significativamente”.
Para resolver as outras situações foram contratados os “serviços necessários” à sua resolução. As obras, estão a ser operadas desde há uma semana. As obras custarão à câmara aproximadamente 100 mil euros. O autarca afirma que o problema da EB da Lomba também será resolvido.
Correia Pinto salienta que a EB de Matosinhos tem sido objecto de “sucessivas intervenções” de manutenção, na matéria do aquecimento das salas de aula. Relativamente às fissuras nas paredes ou a problemas relacionados com as tomadas ou com o pavilhão, o autarca diz não estar a ser resolvido por não ter sido reportada qualquer anomalia, apesar de constar da lista à que tivemos acesso.