PCP diz que requisição civil "não resolve os problemas" dos enfermeiros

Comunistas elogiam o papel dos enfermeiros e apelam ao Governo para que dialogue com os profissionais.

Foto
LUSA/ESTELA SILVA

O PCP considerou esta quinta-feira que a requisição civil dos enfermeiros anunciada pelo Governo "não resolve os problemas", manifestando solidariedade para com a luta e reivindicações daqueles profissionais.

"A requisição civil, decidida na sequência do protelamento da resposta do Governo e das formas usadas por algumas estruturas dos enfermeiros, não resolve os problemas. O PCP entende que é necessário diálogo efectivo para responder aos problemas dos enfermeiros e do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e reafirma a importância da defesa e salvaguarda do direito à greve", lê-se num comunicado do PCP enviado à comunicação social.

Na nota, os comunistas reafirmam-se solidários "com a luta dos enfermeiros" em torno das reivindicações que "valorizam a sua actividade indispensável à defesa e valorização do SNS", mas manifestam "a sua preocupação com a acção em curso que, invocando o direito à greve, incide sobre as cirurgias em alguns hospitais de forma bastante prolongada e que afecta brutalmente os utentes".

O Governo decidiu decretar requisição civil na greve dos enfermeiros em curso há uma semana, por incumprimento da prestação de serviços mínimos. O anúncio foi feito pelo Governo no final da reunião do Conselho de Ministros desta quinta-feira, em conferência de imprensa.

"Os enfermeiros estão sujeitos a um enorme desgaste e, tendo sido reposta uma parte dos direitos cortados por sucessivos governos, em particular pelo Governo PSD/CDS, persistem problemas, no reconhecimento das progressões e valorização das carreiras e na falta de profissionais, a que o Governo deve dar resposta efectiva", lê-se ainda na nota do PCP.

A ministra da Saúde, Marta Temido, declarou que "face a situações de incumprimento dos serviços mínimos reportados em diversos hospitais" e "sem prejuízo do direito à greve", o Governo "não teve alternativa" e optou pela requisição civil.

"Sendo uma opção de último recurso, será agora por portaria que se definirá o respectivo âmbito", afirmou a ministra.