Comemorações do 10 de Junho de 2020 serão na Madeira

Presidência da República anuncia hoje escolha do arquipélago como palco das cerimónias, que só não acontecem no Funchal este ano por haver eleições regionais.

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Presidente tem ido várias vezes à Madeira LUSA/HOMEM DE GOUVEIA
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Miguel Albuquerque queria um apoio mais explícito de Marcelo LUSA/HOMEM DE GOUVEIA

A Presidência da República anuncia esta quinta-feira que o palco nacional das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades em 2020 será a Madeira. Depois de Lisboa, Porto, Açores e Portalegre (onde se realizam as cerimónias este ano), o último 10 de Junho deste primeiro mandato de Marcelo Rebelo de Sousa terá lugar no Funchal. E isso só não acontece já este ano por haver eleições regionais, soube o PÚBLICO junto de fonte oficial.

O anúncio do local das comemorações do próximo ano acontece no dia em que o PÚBLICO noticiou as críticas do PSD-Madeira e em particular do seu líder Miguel Albuquerque ao Presidente da República, de quem esperava uma intervenção a seu favor nos conflitos com o Governo. “Nós votamos para o Presidente da República, não para tirar selfies, mas para salvaguardar as instituições democráticas”, disse Miguel Albuquerque no encerramento do XVII Congresso Regional social-democrata, no final de Janeiro.

O PSD-Madeira esperava uma intervenção de Belém em vários dossiers como o financiamento do novo hospital, a revisão do subsídio de mobilidade, os juros da dívida da região, assuntos que o governo regional acusa o executivo de António Costa de bloquear com objectivos políticos, uma vez que as eleições regionais são a 22 de Setembro. Mas entre as críticas a Marcelo junta o facto de não ter escolhido o arquipélago para as comemorações do Dia de Portugal deste ano.

Em Belém, as observações de Miguel Albuquerque foram ouvidas com alguma estranheza, tanto mais que o Presidente da República se tem deslocado à Madeira com frequência, por motivos diversos – desde os incêndios às comemorações dos 600 anos do arquipélago -, mas também porque Albuquerque tem conhecimento das diligências presidenciais em defesa da região em muitos assuntos, tanto a nível nacional como junto das instâncias europeias.

Marcelo quer, no entanto, manter a neutralidade em matéria eleitoral e por isso definiu como regra não fazer cerimónias especiais, como a comemoração do 10 de Junho, em regiões onde se disputam eleições locais. Como político experiente, sabe que a sua presença pode ser aproveitada para tirar partido eleitoral e quer reduzir essa exposição, embora nem sempre o consiga.

Ainda em Dezembro, na última vez que se deslocou à Madeira, desta vez para participar no jantar que assinalou os 85 anos do Rotary Club do Funchal, o chefe de Estado apareceu mais uma vez ao lado de Miguel Albuquerque. Mas antes, encontrou-se com Paulo Cafôfo, presidente da câmara e adversário socialista de Albuquerque, no Mercado dos Lavradores. E isso também foi notícia.

Desde que tomou posse, Marcelo Rebelo de Sousa já celebrou o 10 de Junho em vários pontos de país e do mundo. Em 2016, ficou célebre a sua passagem por Paris, onde partilhou um guarda-chuva com o primeiro-ministro, depois de passar pela cerimónia militar em Lisboa. Um ano depois, foi no Porto, no Rio de Janeiro e em São Paulo que tiveram lugar as comemorações do dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Em 2018, a "festa" mudou-se para Ponta Delgada e prosseguiu nos EUA. E este ano, já foi anunciado que as celebrações do dia de Portugal terão início em Portalegre, deslocando-se depois para Cabo Verde.

 
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