Rio já convidou Rangel para ser candidato às europeias
Nome do eurodeputado vai ser levado à comissão política nacional de quinta-feira.
O PSD já tem fechado o nome de Paulo Rangel para cabeça de lista para as próximas eleições europeias. Rui Rio já contactou o eurodeputado para o convidar a voltar a liderar a lista social-democrata de candidatos ao Parlamento Europeu, apurou o PÚBLICO.
O nome Paulo Rangel vai ser levado à próxima comissão política nacional, marcada para esta quinta-feira. O líder do PSD ainda não desvendou quando fará a divulgação oficial mas deverá saber-se antes da convenção nacional do Conselho Estratégico Nacional, marcada para 16 de Fevereiro, o dia em que o PS anunciará o seu cabeça de lista às europeias.
Nos últimos dias, o nome de Paulo Rangel era dado como certo na lista das europeias, depois de durante meses Rui Rio se ter recusado a falar sobre os candidatos ou o momento de apresentação da lista. No passado fim-de-semana, o eurodeputado foi o convidado de um jantar da concelhia de Lousada (distrito do Porto), que juntou dezenas de militantes, mas o seu discurso esteve praticamente focado na política nacional e pouco abordou a Europa, segundo fontes contactadas pelo PÚBLICO.
Da restante lista que o PSD apresentará às europeias de 26 de Maio, Rui Rio disse esta terça-feira, num almoço promovido pela Associação 25 de Abril e a revista Ânimo, que os candidatos "têm de ter gosto pela Europa e alguma experiência" e adiantou que "não é de bom tom pegar na lista e limpar tudo". Sobre o ex-presidente da Assembleia da República, Mota Amaral, indicado pelo PSD-Açores, o líder do PSD referiu que irá em lugar “mais do que elegível”. É ainda expectável que faça parte da lista Álvaro Amaro, presidente da Câmara da Guarda e líder dos Autarcas Sociais-Democratas. Isto apesar de a distrital de Viseu se preparar para apoiar Fernando Ruas, actual eurodeputado e ex-presidente da câmara da cidade.
É a terceira vez que Paulo Rangel lidera a lista do PSD às europeias. Advogado, de 50 anos, o eurodeputado não se apresentou como candidato nas últimas eleições directas disputadas entre Rui Rio e Pedro Santana Lopes. Paulo Rangel saiu entretanto em defesa do presidente do partido na mais recente contestação à sua liderança, depois de Luís Montenegro ter lançado o desafio da marcação de eleições directas. Rio convocou um conselho nacional para apresentar uma moção de confiança, um gesto que Rangel considerou ser de “coragem”, “bom senso” e com “sentido de Estado”, ao mesmo tempo que considerou inoportuna a “crise” aberta por Montenegro.
Foi, aliás, em plena crise interna, a 9 de Janeiro deste ano, que Rui Rio anunciou que o PSD iria começar a trabalhar na parte “logística” das eleições europeias – e para isso mandatou o secretário-geral José Silvano – e garantiu que ainda não estava a tratar da “parte política”, mas que iria começar a fazê-lo nessa altura.
No arranque para as europeias, o PSD parte com baixas sondagens e com mais partidos concorrentes ao Parlamento Europeu no seu espaço político. Além do CDS, que já colocou nas ruas o segundo cartaz com Nuno Melo, a Aliança também já tem candidato apresentado - Paulo Sande, ex-consultor do Presidente da República. Nas últimas eleições europeias, em 2014, o PSD (em lista conjunta com o CDS) obteve 27,7%, elegendo sete deputados, ficando abaixo dos 31,4% conquistados pelo PS liderado, na altura, por António José Seguro.