Em Belfast, Theresa May não encontrou armas novas para o "Brexit"

Partidos querem que a primeira-ministra britânica alcance um acordo diferente em Bruxelas. Backstop dominou as reuniões.

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Theresa May vai a Dublin na sexta-feira Reuters/CLODAGH KILCOYNE

A primeira-ministra britânica Theresa May dedicou esta quarta-feira a encontros com os líderes dos principais partidos da Irlanda do Norte, com a missão de encontrar convergências para chegar fortalecida a Bruxelas. Porém, as forças políticas do território mantêm as suas posições e pedem um novo acordo de saída do Reino Unido da União Europeia.

Arlene Foster, líder do Partido Democrata Unionista (DUP), que apoia o governo conservador de May no Parlamento, qualificou de “inadequado” o acordo negociado pela primeira-ministra e pela UE, que inclui o backstop — uma cláusula para evitar que não haverá fronteira entre os dois lados da Irlanda, o que implica que a Reino Unido se mantém numa união aduaneira com a UE em caso de as duas partes não chegarem a um acordo sobre a sua relação futura.

“É desejável que a primeira-ministra vá a Bruxelas para alcançar mudanças, mas deve manter-se fiel aos compromissos que fez na Câmara dos Comuns”, afirmou Foster, citada pelo Irish Times.

A líder do Sinn Féin, Mary Lou McDonald, por seu turno, sublinhou que “o backstop é o limiar, o requisito mínimo para ir ao encontro dos interesses irlandeses e proteger o Acordo de Sexta-Feira Santa” [que pôs fim ao conflito entre os nacionalistas e os unionistas].

O backstop foi também defendido pelo líder dos sociais-democratas do SDLP, Colum Eastwood, que disse não haver alternativas. “Para o povo da Irlanda do Norte, para o nosso processo de paz, para todo o nosso progresso político, precisamos de nos manter dentro da união aduaneira e no mercado comum para evitar uma fronteira fechada”, afirmou.

Theresa May vai reunir-se com o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, na sexta-feira, em Dublin, um dia depois de estar em Bruxelas.

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