Salário médio líquido subiu 32 euros em 2018
Rendimento médio líquido recebido pelos trabalhadores por conta de outrem portugueses foi de 888 euros no ano passado, um aumento de 3,7%, diz o INE.
Os portugueses a trabalhar por conta de outrem viram, em média, o seu rendimento líquido subir 3,7% durante o ano passado, o valor mais alto desde, pelo menos, 2012 e uma confirmação da aceleração do ritmo de subida deste indicador, que se tem vindo a verificar nos últimos anos.
De acordo com a informação divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) com base no inquérito ao emprego do quarto trimestre de 2018, o rendimento médio líquido da população empregada por conta de outrem foi, no decorrer de 2018, de 888 por mês. Face a 2017, este indicador registou uma subida de 32 euros, ou 3,7%. Em 2017, a subida tinha sido de 2% e em 2016 de 1,3%.
Esta aceleração dos salários líquidos já vinha sendo evidente nos dados publicados pelo INE trimestralmente. A variação do rendimento médio líquido tinha sido, em comparação com os períodos homólogos do ano anterior, de 3,5% no primeiro trimestre de 2018, 4,2% no segundo e de 3,5% no terceiro. Nos três últimos meses do ano passado, de acordo com a informação agora publicada, a variação foi de 3,6%.
Para esta aceleração podem contribuir vários factores. O desempenho mais forte da economia, com redução da taxa de desemprego – que está actualmente no nível mais baixo desde 2004 – pode contribuir para que se assista no mercado de trabalho a uma há muito desejada pressão para a subida de salários. Isso começou a ser particularmente evidente ao nível da negociação colectiva em alguns sectores e teve um efeito de base extremamente importante relacionado com a subida do salário mínimo nacional.
Para além disso, em 2018, as mudanças realizadas ao nível do IRS pelo Governo, com mudanças nos escalões, reflectiram-se no rendimento líquido recebido pelos portugueses, por via da adaptação parcial das taxas de retenção.
Por fim, as mudanças operadas ao nível da função pública, como o início do processo de descongelamento das progressões, também constituem um contributo para a aceleração do ritmo de crescimento dos rendimentos.