É oficial: 30 anos depois, os Óscares não terão apresentador
Depois de Kevin Hart ter renunciado à apresentação, na sequência de uma polémica gerada por tweets homofóbicos, a Academia decidiu que vai mesmo realizar a cerimónia sem apresentador, o que já não acontecia desde 1989.
O que já vinha sendo apontado como uma forte possibilidade foi agora confirmado. Fontes da Academia e da ABC Entertainment confirmaram à ABC News que a edição 2019 dos Óscares não terá apresentador. O anúncio põe fim a dois meses de especulação, na sequência da renúncia de Kevin Hart à função para a qual tinha sido convidado.
O actor e comediante anunciou a decisão de não assumir o cargo em Dezembro, dois dias depois de o seu nome ser anunciado, após terem sido recuperados tweets de teor homofóbico publicados há cerca de oito anos. Inicialmente, Hart recusou desculpar-se pelo sucedido, justificando que já o havia feito várias vezes no passado e reafirmando que não se revê nas palavras escritas e nos sentimentos expressos nos referidos tweets.
Em Dezembro, porém, justificou o seu afastamento dos Óscares pelo desejo de não se tornar o centro das atenções, afastando-as do principal, ou seja, da cerimónia em si, e pediu desculpa pelo sucedido à comunidade LGBT+. “Julgávamos que podíamos falar daquela forma, porque era assim que falávamos uns com os outros… É errado fazê-lo agora.”
Na ausência de apresentador, a condução da cerimónia dos Óscares, que se realiza a 24 de Fevereiro em Los Angeles, ficará a cargo das celebridades escolhidas para divulgar os vencedores de cada uma das categorias.
Kevin Hart devia suceder a Jimmy Kimmel, que assumiu o cargo de apresentador nas cerimónias de 2018 e de 2017. Dada a sua renúncia, os Óscares 2019 sucederão assim aos de 1989, os últimos em que a cerimónia não teve apresentador. No ano em que Rain Man – Encontro de Irmãos ganhou a estatueta para Melhor Filme, Melhor Realizador (Barry Levinson), Melhor Actor (Dustin Hoffman) e Melhor Argumento (Ronald Bass e Barry Morrow), e em que Jodie Foster foi Melhor Actriz pelo papel interpretado em Os Acusados, o monólogo de abertura foi substituído por um número musical e subiu depois ao palco uma imensidão de actores e celebridades. O formato foi muito criticado, ao ponto de o musical inicial ter sido definido como “os 11 minutos que arruinaram a carreira de Alan Carr [produtor do espectáculo]”.
Charlie O’Donnell deu o arranque à cerimónia, Tom Selleck apresentou Melanie Griffith e Don Johnson, estes anunciaram as candidatas à Melhor Actriz Secundária e aplaudiram a vencedora, Geena Davis (O Turista Acidental), e assim sucessivamente até ao momento, algumas horas e muitas estrelas depois, em que Cher abriu o envelope que revelaria Rain Man como Melhor Filme.