Morreu Octávio Matos, actor célebre do teatro de revista
O actor ficou conhecido por vários papéis no teatro de revista.
O actor Octávio Matos, conhecido por vários papéis no teatro de revista, morreu este domingo. A notícia foi avançada pelas publicações especializadas TVmais e Caras e por vários colegas de profissão do actor no Facebook como Luis Testa, Ruy de Carvalho e Miguel Dias, que já lamentaram a morte do amigo.
Octávio Matos tinha 79 anos e ainda não são conhecidas as causas da sua morte.
O actor, filho de Octávio de Matos, também ele actor e ilusionista, nasceu no Porto em Abril de 1939 e subiu ao palco pela primeira vez com quatro anos. Influenciado pelo pai, participou com essa idade numa peça de teatro de revista infantil, em Lourenço Marques, actual Maputo, capital de Moçambique.
Estreou-se profissionalmente aos 17 anos no Teatro de Luanda e, nos anos que se seguiram, tornou-se num nome incontornável do teatro de revista. Foi também encenador, director de actores e levou várias companhias em digressões pelo país e pelas ex-colónias portuguesas. Esteve ainda no Conservatório Nacional, mas não terminou o curso.
No Teatro de Revista fez Zona Azul (1965), Lisboa é Sempre Mulher (1968) A Revista É Liiiinda! (2005) e, em 2014, Quem É o Jeremias?.
Na televisão, participou em séries e programas como Os Batanetes e O Prédio do Vasco (TVI) e telenovelas (como Primeiro Amor ou Ganância).
No cinema, entrou em A Cruz de Ferro, de Jorge Brum do Canto (1968, o Secretariado Nacional de Informação atribuiu a este filme o Prémio de Melhor Filme) e deu voz a várias personagens em filmes de animação como Piglet - O Filme, Winnie The Pooh ou O Panda do Kung Fu 3.
Um actor com a sua própria companhia
Numa entrevista que deu ao Notícias ao Minuto em 2018, Octávio Matos dizia que "ser actor em Portugal nunca é fácil. É uma vida muito instável. (...) Eu aprendi com o meu pai. O meu pai era assim: não precisava dos empresários para nada, quando não tinha trabalho tinha a sua própria companhia – e é o meu caso, tenho a minha companhia e ando por aí fora. Felizmente, como sou um actor muito popular, quando vou a qualquer lado, esgoto", dizia o actor de 79 anos.
Sobre se alguma vez temeu cair no esquecimento do meio e do público, Octávio Matos dizia que não deixava porque tinha a sua companhia. "Porque se eu não fosse assim – se não tivesse aprendido com o meu pai – hoje não tinha trabalho. Como muitos bons actores que andam aí aflitos porque não têm trabalho. (...) Eu tenho uma coisa: só faço um espectáculo se for bom. E o meu público sabe que um espectáculo com o Octávio é um espectáculo bom. Isso dá-me um certo gozo e orgulho. Tenho respeito pelo público, mas o público também tem de ter respeito por mim."