Professores anunciam que se juntam à greve geral de 15 de Fevereiro

Fenprof vai emitir um pré-aviso em nome próprio abrangendo professores e educadores do pré-escolar ao ensino superior, e também investigadores.

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Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof Nuno Ferreira Santos

A Federação Nacional de Professores (Fenprof) vai entregar um pré-aviso de greve para 15 de Fevereiro, dia de greve geral da função pública, apelando para uma "grande adesão" numa altura em que estão bloqueadas as negociações pela contagem do tempo dos professores.

Os sindicatos da Administração Pública filiados na UGT e os filiados na CGTP marcaram uma greve de toda a função pública para dia 15 de Fevereiro, após o fim das negociações, sem que tivessem conseguido aumentos salariais para todos os trabalhadores, como reivindicavam.

Nesta sexta-feira, em comunicado, a Fenprof anunciou que vai emitir um pré-aviso em nome próprio abrangendo professores e educadores do pré-escolar ao ensino superior, e também investigadores, para que "15 de Fevereiro fique marcado como mais um dia em que os estabelecimentos de ensino, educação e investigação estarão fechados em protesto contra as políticas do Governo para o sector e para os seus profissionais".

"Com um discurso aparentemente favorável, o actual Governo tem vindo a impor políticas de desinvestimento nos serviços públicos, levando a uma assinalável degradação das funções sociais do Estado. No centro de tais políticas têm também estado os trabalhadores destes serviços, que são hoje alvo de violentos ataques desferidos pelo Governo", lê-se no comunicado.

"No caso dos docentes, é a tentativa de apagar tempo de serviço cumprido, a imposição de horários de trabalho marcados pelos abusos e ilegalidades, a recusa de aprovação de um regime específico de aposentação, apesar de ser notório o envelhecimento da profissão e conhecidas as consequências, ou a precariedade que continua a marcar forte presença", acrescenta-se.

A Fenprof lembra ainda as recentes declarações do primeiro-ministro sobre as negociações com os professores pela contagem integral do tempo de serviço congelado (que afirmou que só valia a pena voltar à mesa negocial se houvesse propostas novas para discutir) para defender que a exigência de negociações é uma questão que nesta greve "ganha ainda mais força".

Classificando a postura do Governo nesta matéria como "intransigente, sobranceira e prepotente", a Fenprof coloca no executivo toda a responsabilidade "por todos os prejuízos que venham a decorrer da luta" dos professores.

"A participação na greve de dia 15 é importantíssima como mais um momento que soma à luta dos professores. Luta que ganhará, de novo, expressão própria na semana seguinte, com a entrega do abaixo-assinado de exigência de abertura da negociação sobre o prazo e o modo de recuperar todo o tempo de serviço que esteve congelado, e prosseguirá no mês de Março e, de forma particularmente forte, no 3.º período lectivo, incluindo o encerramento do ano", lê-se ainda no comunicado.