Rio confrontado com pressões para incluir alguns nomes na lista das europeias

Distrital de Viseu quer apoiar Fernando Ruas para ser reconduzido como eurodeputado

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Rui Rio Adriano Miranda

As eleições europeias já estão a fazer mexer o PSD, embora o líder ainda não tenha anunciado o cabeça de lista, que o partido acredita ser Paulo Rangel. Depois de o PSD-Açores indicar o antigo presidente da Assembleia da República Mota Amaral para integrar a lista, há outras estruturas do PSD que se preparam para apresentar nomes. É o caso da distrital de Viseu que vai apoiar Fernando Ruas, o histórico autarca da cidade, e visto como apoiante de Passos Coelho.

Em Coimbra, a comissão política demitiu-se e só a próxima liderança distrital decidirá o nome a indicar. Mas fala-se em Lídia Pereira, que é líder da Juventude do Partido Popular Europeu (YEPP, na sigla inglesa). Todos estes nomes podem baralhar as escolhas de Rui Rio. A lista tem de ser aprovada em conselho nacional.

O PSD-Açores, tal como o PÚBLICO escreveu no passado sábado, apontou Mota Amaral como o seu candidato às europeias e isso está a ser visto como uma tentativa de condicionar as escolhas da direcção, já que se trata de uma figura proeminente do partido que não poderá ser colocada num qualquer lugar da lista. Em 2014, na lista conjunta PSD/CDS, o PSD-Açores teve direito à terceira posição (indicou Sofia Ribeiro) e o PSD-Madeira ficou com o 5.º lugar (ocupado por Cláudia Aguiar).

Na recente contestação à liderança de Rui Rio, Mota Amaral colocou-se ao lado do líder, defendendo o cumprimento do mandato até ao fim, e sustentou que a votação em conselho nacional deveria ser de braço no ar, quando os críticos reclamavam que fosse secreta. O antigo presidente do Governo Regional apresentou mesmo um requerimento para sustentar a sua posição. Agora, o PSD-Açores indica-o para a lista pelo seu “prestígio” a nível nacional e pela sua “capacidade negocial” numa altura em que se discute o próximo quadro de apoio financeiro. “Compete agora ao doutor Rui Rio tomar uma decisão sobre a posição em que o doutor Mota Amaral irá na lista eleitoral", disse uma fonte dos sociais-democratas açorianos, citada pela Lusa.

Na distrital de Viseu, liderada por Pedro Alves, o nome forte é Fernando Ruas, eurodeputado que foi em segundo lugar na lista em 2014, indicado por Passos Coelho. Fernando Ruas presidiu à mesa do congresso e ao conselho nacional durante a liderança passista.

Nas escolhas da actual direcção para a lista, que costuma responder também ao critério territorial, a figura do antigo autarca pode conflituar com o nome que é visto como a preferência de Rui Rio naquela região: Álvaro Amaro, presidente da Câmara da Guarda e dirigente do Conselho Estratégico Nacional e dos Autarcas Social-Democratas. Álvaro Amaro era um nome forte para os primeiros lugares, mas isso pode estar comprometido com a indicação de Mota Amaral. Acresce que é preciso respeitar a lei da paridade em vigor e, por isso, se os dois primeiros lugares forem ocupados por homens em terceiro tem de estar uma mulher.

Na região centro, Paulo Mota Pinto, presidente do conselho nacional, é visto como um forte candidato a figurar na lista, mas Coimbra pode apoiar outro nome. Maurício Marques, líder da distrital, demitiu-se esta segunda-feira, assim como a sua comissão política, na sequência da posição de contestação à direcção nacional que assumiu no recente conselho nacional. Será a próxima comissão política distrital – a ser eleita a 9 de Março – a decidir o nome a apoiar para as europeias, mas Maurício Marques será candidato à mesa da estrutura. O nome de que se fala em Coimbra é Lídia Pereira, 27 anos, natural da cidade, e que foi eleita para o YEPP em Novembro de 2018. A militante da JSD é vista como uma forte candidata a representar a região.

A própria JSD ainda não iniciou o processo de escolha, que tem de ser articulado com o partido, adiantou ao PÚBLICO a presidente da organização, Margarida Balseiro Lopes.

Outras distritais não prevêem pronunciar-se sobre os candidatos às europeias como é o caso de Lisboa ou de Setúbal. No PSD-Madeira, a comissão política regional ainda não se reuniu com o tema na ordem de trabalhos.

Rui Rio ainda não tem uma data marcada para anunciar o cabeça de lista e só depois deverão intensificar-se as movimentações no partido. Os mais próximos acreditam que o líder faça o anúncio ainda antes da convenção do Conselho Estratégico Nacional, marcada para dia 16, no mesmo dia em que o PS avançará com o número um da lista.

No centro-direita, o CDS-PP começou a preparação para as europeias de 26 de Maio mais cedo. Esta semana, durante as jornadas parlamentares do CDS-PP, em Braga, Assunção Cristas adiantou que só falta a decisão definitiva sobre alterações à lei da paridade – se avança já ou só depois das eleições – para aprovar a lista liderada por Nuno Melo e que é composta por Pedro Mota Soares, Raquel Vaz Pinto e Vasco Weinberg. Os quatro candidatos já conhecidos participaram nestas jornadas dedicadas à Europa, Coesão e Segurança, e realizadas na distrital liderada por Nuno Melo. O CDS já lançou um flyer com dez ideias de campanha e esta sexta-feira vai assumir uma posição sobre a possibilidade de serem criados impostos europeus contra a vontade do Estado português.

No espaço do centro-direita, a Aliança, de Pedro Santana Lopes, já anunciou Paulo Sande, ex-consultor de Marcelo Rebelo de Sousa, como o seu cabeça de lista às europeias. Falta o PSD anunciar os seus candidatos num contexto em que as sondagens não lhe são favoráveis.

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