Politécnico da Guarda propõe adaptar Pousada da Juventude a residência universitária
O presidente do Politécnico da Guarda pretende colmatar o problema de alojamento dos estudantes que ingressam o Ensino Superior que afecta "sobretudo os territórios do interior do país".
O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) quer que a Pousada de Juventude da Guarda seja incluída no Plano Nacional de Alojamento para o Ensino Superior do Governo. A Guarda poderá, assim, “alojar mais de três dezenas de estudantes que querem estudar no IPG e não têm onde morar”, escreve Joaquim Brigas, presidente do IPG, na proposta enviada esta quinta-feira aos secretários de Estado da Juventude e do Desporto e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
Aumentar o número de alunos do IPG e atrair mais jovens para a cidade durante as férias são os objectivos da proposta apresentada pelo Instituto. Em comunicado enviado à imprensa, o presidente do IPG relembra que o problema da falta de alojamento é “sobretudo sentido nos territórios do interior do país”. Assim, transformar a Pousada da Juventude – “fechada há mais de sete anos” – em residência universitária seria uma forma de colmatar a dificuldade sentida “todos os anos” pelos alunos que ingressam no Ensino Superior na cidade da Guarda.
Ao PÚBLICO, Joaquim Brigas diz que “para uma cidade do interior envelhecida, como é a Guarda e o seu distrito”, a adaptação da Pousada da Juventude “é uma enorme oportunidade” para trazer mais jovens para a cidade, enquanto alunos e visitantes.
Se a Pousada da Juventude passar a fazer parte do Plano Nacional de Alojamento, para além de residência universitária, o IPG compromete-se a “disponibilizar quatro quartos dessa residência” para turistas ao longo do ano, “a totalidade dos 16 quartos da pousada” e “mais 20 quartos” para jovens que visitem a cidade durante as férias de verão, bem como dar-lhes acesso às cantinas do IPG e às salas de estudo e multimédia que irão “montadas na pousada quando for adaptada a residência de estudantes”.
Ao longo da proposta, Joaquim Brigas relembra que “60% dos alunos que concluem o ensino secundário fica fora do Ensino Superior” devido a custos da habitação e à oferta disponibilizada nas cidades.
Nas últimas reuniões de câmara, Álvaro Amaro, presidente da câmara municipal da Guarda, opôs-se a esta adaptação da Pousada da Juventude. “É difícil de entender porquê, uma vez que a câmara só tem a ganhar”, afirma ao PÚBLICO Joaquim Brigas.
O PÚBLICO tentou entrar em contacto com o presidente da câmara da Guarda, mas, até ao momento, não foi possível.
“Espero e acredito profundamente que, com esta proposta que hoje formalizei ao Governo, o presidente da Câmara da Guarda reconheça que a solução é boa para os jovens, é boa para cidade e também é boa para a Câmara, a qual poderá aplicar os recursos que tem disponíveis noutros sectores, como os transportes”, escreve Joaquim Brigas, no comunicado enviado à imprensa.
Texto editado por Ana Fernandes