Itália entra em recessão, zona euro trava na recta final de 2018

Terceira maior economia da zona euro voltou a recuar nos últimos três meses de 2018.

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Itália é o sétimo destino das exportações portuguesas de bens e serviços Flavio Lo Scalzo/Reuters

A economia italiana, a terceira maior da zona euro, continuou em contracção no último trimestre de 2018 e entrou em recessão técnica. O Governo de Giuseppe Conte já tinha preparado o terreno para a notícia e ela confirmou-se nesta quinta-feira, quando se tornaram evidentes os sinais de abrandamento na região da moeda única.

Uma recessão técnica acontece quando uma economia regista dois trimestres consecutivos de recuo no Produto Interno Bruto (PIB) e foi isso que aconteceu com Itália na segunda metade de 2018. Depois de ter recuado 0,1% no terceiro trimestre em relação ao anterior, o PIB de Itália diminuiu em cadeia 0,2%, aponta a estimativa rápida divulgada nesta quinta-feira pela autoridade estatística italiana (Istat). 

Em Itália, a trajectória da economia deve-se a uma diminuição do crescimento da agricultura, do sector florestal, das pescas e da indústria (nos serviços estabilizou). Apesar da quebra em relação ao trimestre anterior, o PIB italiano registou uma variação de 0,1% em relação ao quarto trimestre de 2017.

A abrandar está a economia dos 19 países que partilham a moeda única, mostram estimativas preliminares divulgadas hoje pelo serviço estatístico europeu, o Eurostat. A região da zona euro registou um crescimento de 0,2% no quarto trimestre face ao anterior, uma variação igual à dos três meses anteriores e que confirma um ritmo de crescimento inferior ao da primeira metade do ano.

Quando se olha para as variações homólogas, os números divulgados mostram que a economia travou na recta final do ano. O PIB cresceu 1,2% no quarto trimestre de 2018 em relação a igual período de 2017, quando no terceiro trimestre subira 1,6% em termos homólogos e no segundo 2,2%. É o crescimento mais baixo desde 2013.

A maior economia da zona euro, a alemã, abrandou em 2018 e chegou a registar um terceiro trimestre negativo mas acabou por escapar à recessão técnica ao registar no quarto trimestre um crescimento ligeiro. A Alemanha cresceu 1,5% em 2018. Este valor representa uma redução face aos 2,2% de 2017 e é o mais baixo dos últimos cinco anos.

Como maior potência do euro, o arrefecimento da Alemanha implica impactos negativos noutros parceiros, incluindo Portugal, que tem aí o terceiro destino das exportações (de bens e serviços). E também em Itália, o sétimo país para onde Portugal mais exporta (foi o destino de bens e serviços no valor de 2917 milhões de euros, de Janeiro a Novembro de 2018).

Em Outubro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) projectava para o conjunto do ano um crescimento de 1,2% da economia italiana e apontava para 2019 um abrandamento para 1%.

Para o FMI, os países que partilham a moeda única terão crescido menos em 2018 do que a instituição estava a prever em Abril e vão ter um ritmo de crescimento menor também este ano. Em vez de um crescimento real de 2,4%, o FMI conta que a subida do PIB da zona euro seja de 1,8% em 2018; e para 2019 a previsão é que avance 1,6%, quando em Abril projectava uma variação de 2%.

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