Prejuízos do shutdown ultrapassam custos do muro de Trump

O governo norte-americano apresentou as contas oficiais sobre os dias de paralisação. Donald Trump vai continuar a pedir fundos para o muro quando o shutdown já custou mais ao próprio país.

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EPA/Olivier Douliery

A secretaria do orçamento do congresso norte-americano divulgou esta segunda-feira que o maior encerramento parcial do governo dos Estados Unidos teve um prejuízo a ultrapassar os 11 mil milhões de dólares (nove mil milhões de euros). Assim, o shutdown de 35 dias nos EUA custou mais do que aquilo que o Presidente Donald Trump pede para construir um muro na fronteira com o México: 5,7 mil milhões de dólares (4,9 mil milhões de euros).

Cerca de 800 mil trabalhadores da função pública ficaram sem vencimento e várias despesas federais com bens e serviços foram atrasadas, informou a mesma agência não-partidária. O crescimento económico norte-americano também abrandou 0,02% e mais de 2,6 mil milhões de euros nunca serão recuperados. Trump já disse que está disponível para negociar com os democratas até dia 15 de Fevereiro, data em que a paralisação da Administração federal pode prosseguir caso não exista acordo.

“Todos os efeitos estimados e o seu timing estão sujeitos a uma incerteza considerável”, diz a secretaria. “As estimativas não incorporam outros efeitos negativos mais indirectos da paralisação, que são mais difíceis de quantificar”, refere o mesmo relatório que exemplifica: “algumas empresas não conseguiram obter autorizações e certificações federais, e outras enfrentavam o acesso reduzido a empréstimos concedidos pelo Governo federal”. Além disso, vários funcionários públicos continuam a viver dias de desespero.

Jerome Powell, presidente do Sistema de Reserva Federal dos EUA, irá clarificar esta semana o impacto do shutdown, depois de discutir política de juros e os números mais recentes sobre desemprego, que irão ser divulgados.

Na sexta-feira, diz o The Guardian, o departamento de trabalho irá divulgar os dados sobre a empregabilidade. A taxa de desemprego nos EUA pode voltar a subir depois de um período recorde de 99 meses a criar empregos.

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